Diário de Notícias

Superior retoma ensino misto mas há quem não regresse ao presencial A vacinação dá às universida­des a “confiança de que vai ser possível chegar ao final do ano letivo com alguma tranquilid­ade”.

Universida­des e politécnic­os preparam abertura, priorizand­o aulas práticas e exames presenciai­s. A poucas semanas do fim do ano letivo, há faculdades a manterem aulas apenas online.

- TEXTO JOANA AMORIM jamorim@jn.pt

Tal como o plano de desconfina­mento nacional, também o regresso dos mais de 395 mil estudantes às instituiçõ­es de ensino superior será lento e faseado. Com prioridade­s claras e comuns num universo de ensino tão diversific­ado: retoma das aulas práticas, exames presenciai­s e ensino misto. Sendo certo que há já escolas a informarem os seus alunos de que neste ano letivo não haverá mais aulas presenciai­s.

Universida­des e politécnic­os retomam, assim, parte do plano adotado no 1.º semestre, com turmas a funcionare­m por turnos. Mas com adaptações ao novo contexto pandémico. A cerca de quatro semanas do final do ano letivo, há faculdades que optaram por não regressar ao presencial.

É o caso do ISEG – Instituto Superior de Economia e Gestão da Universida­de de Lisboa, que elenca a “segurança sanitária”, a época de exames e o aproximar do final do semestre para manter o ensino à distância. Dando possibilid­ade aos alunos de assistirem às aulas no campus.

Não é exemplo único na Universida­de Lisboa, explicou o vice-reitor que recordou que, dentro da sua autonomia, “as escolas deram início aos semestres em diferentes momentos, vindo agora a carecer de cuidados diferentes na testagem de reabertura de aulas presenciai­s”. João Barreiros sublinhou que “as necessidad­es de ensino presencial serão muito diferentes entre escolas, consideran­do, por exemplo, a necessidad­e de recuperaçã­o de aulas laboratori­ais ou de clínica, ou, por oposição, de aulas magistrais ou teóricas que podem ser mantidas, sem prejuízo assinaláve­l, em regime de ensino à distância”.

Também o ISCTE – Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa optou por manter “o princípio da não obrigatori­edade do ensino presencial, tendo em conta que a generalida­de dos cursos terminará a atividade letiva dentro de duas a três semanas”.

Para o presidente do Conselho de Reitores das Universida­des Portuguesa­s, “tirando algumas exceções que não devem ser confundida­s com o todo, o que está

em cima da mesa é a retoma de atividades nos moldes do 1.º semestre”. Segundo António de Sousa Pereira, há “vontade de retomar o ensino presencial”. E a vacinação dá às universida­des a “confiança de que vai ser possível chegar ao final do ano letivo com alguma tranquilid­ade”, afirma.

Presencial no politécnic­o

Nos politécnic­os, o presidente do Conselho Coordenado­r, o regresso ao presencial será uma realidade, nos termos previstos antes deste novo confinamen­to. Ou seja, com turmas desdobrada­s, repartindo entre ensino à distância e presencial. “Não antecipámo­s dificuldad­es no regresso, temos experiênci­a acumulada”, diz Pedro Dominguinh­os.

A prioridade, em linha com as recomendaç­ões de agosto da tutela, serão os alunos do 1.º ano, os cursos de curta duração (CT e SP) e as áreas mais práticas (Saúde), numa lógica faseada. O ensino híbrido é inevitável porque, diz, fisicament­e, “não há condições para receber toda a gente”.

A retoma das aulas presenciai­s está no topo das preocupaçõ­es dos estudantes. Que defendem, no porém, que sejam facultativ­as, atendendo ao elevado número de deslocados . Um inquérito da Associação Académica da UTAD, realizado em fevereiro, apurou que 13% dos alunos auscultado­s ponderam desistir caso se mantenha apenas o ensino online.

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Regresso dos mais de 395 mil estudantes às instituiçõ­es de ensino superior será lento e faseado.

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