Superior retoma ensino misto mas há quem não regresse ao presencial A vacinação dá às universidades a “confiança de que vai ser possível chegar ao final do ano letivo com alguma tranquilidade”.
Universidades e politécnicos preparam abertura, priorizando aulas práticas e exames presenciais. A poucas semanas do fim do ano letivo, há faculdades a manterem aulas apenas online.
Tal como o plano de desconfinamento nacional, também o regresso dos mais de 395 mil estudantes às instituições de ensino superior será lento e faseado. Com prioridades claras e comuns num universo de ensino tão diversificado: retoma das aulas práticas, exames presenciais e ensino misto. Sendo certo que há já escolas a informarem os seus alunos de que neste ano letivo não haverá mais aulas presenciais.
Universidades e politécnicos retomam, assim, parte do plano adotado no 1.º semestre, com turmas a funcionarem por turnos. Mas com adaptações ao novo contexto pandémico. A cerca de quatro semanas do final do ano letivo, há faculdades que optaram por não regressar ao presencial.
É o caso do ISEG – Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa, que elenca a “segurança sanitária”, a época de exames e o aproximar do final do semestre para manter o ensino à distância. Dando possibilidade aos alunos de assistirem às aulas no campus.
Não é exemplo único na Universidade Lisboa, explicou o vice-reitor que recordou que, dentro da sua autonomia, “as escolas deram início aos semestres em diferentes momentos, vindo agora a carecer de cuidados diferentes na testagem de reabertura de aulas presenciais”. João Barreiros sublinhou que “as necessidades de ensino presencial serão muito diferentes entre escolas, considerando, por exemplo, a necessidade de recuperação de aulas laboratoriais ou de clínica, ou, por oposição, de aulas magistrais ou teóricas que podem ser mantidas, sem prejuízo assinalável, em regime de ensino à distância”.
Também o ISCTE – Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa optou por manter “o princípio da não obrigatoriedade do ensino presencial, tendo em conta que a generalidade dos cursos terminará a atividade letiva dentro de duas a três semanas”.
Para o presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, “tirando algumas exceções que não devem ser confundidas com o todo, o que está
em cima da mesa é a retoma de atividades nos moldes do 1.º semestre”. Segundo António de Sousa Pereira, há “vontade de retomar o ensino presencial”. E a vacinação dá às universidades a “confiança de que vai ser possível chegar ao final do ano letivo com alguma tranquilidade”, afirma.
Presencial no politécnico
Nos politécnicos, o presidente do Conselho Coordenador, o regresso ao presencial será uma realidade, nos termos previstos antes deste novo confinamento. Ou seja, com turmas desdobradas, repartindo entre ensino à distância e presencial. “Não antecipámos dificuldades no regresso, temos experiência acumulada”, diz Pedro Dominguinhos.
A prioridade, em linha com as recomendações de agosto da tutela, serão os alunos do 1.º ano, os cursos de curta duração (CT e SP) e as áreas mais práticas (Saúde), numa lógica faseada. O ensino híbrido é inevitável porque, diz, fisicamente, “não há condições para receber toda a gente”.
A retoma das aulas presenciais está no topo das preocupações dos estudantes. Que defendem, no porém, que sejam facultativas, atendendo ao elevado número de deslocados . Um inquérito da Associação Académica da UTAD, realizado em fevereiro, apurou que 13% dos alunos auscultados ponderam desistir caso se mantenha apenas o ensino online.