Covid. Para Marcelo, parte mais pesada já passou “A grande maioria [dos casos] não implica nem camas, nem cuidados intensivos, e aquilo que até agora são os números atingidos não tem nada a ver com o que se verificou em anteriores vagas.”
Presidente admitiu ser previsível um aumento dos casos positivos, mas aponta próximas semanas como decisivas.
Marcelo Rebelo de Sousa manifestou ontem a convicção de que “cá [em Portugal], como na Europa, a parte mais longa e aparentemente mais pesada do processo pandémico já passou”.
“Mas, como tudo na vida, as transições finais são sempre uma perturbação, em que as pessoas querem recomeçar a vida em termos económicos e sociais, e essa transição obriga a manter aquilo que é fundamental, que é vacinar, vacinar, vacinar a ritmo muito mais rápido, e também a ter precaução e bom senso, mesmo nesse período que nós achamos que é final”, sustentou.
O chefe de Estado português deseja que em relação ao final do processo pandémico se esteja “a falar não de mais meio ano ou um ano”, mas “semanas, um mês, um mês e meio mais intenso de vacinação”.
“E à medida que isso ocorre vai-se olhando para a realidade. Quanto mais depressa for a vacinação, mais fácil é avançar o fim da pandemia e menos necessárias são outras medidas”, insistiu.
O Presidente elogiou os recordes na vacinação nos últimos dias em Portugal e agradeceu às estruturas envolvidas no processo, antevendo que, a manter-se este ritmo no processo, o país está “a abrir um caminho que faz a diferença para o futuro nas próximas semanas e meses”.
Em relação à subida do número de casos positivos, Marcelo considerou que “tem havido até agora um fenómeno” que “inevitavelmente vai continuar, porque com mais testagem há de haver mais casos positivos, se se testar menos, haverá menos probabilidade de haver casos positivos, e é bom que se teste mais”.
Felizmente, referiu, “a grande maioria não implica nem camas, nem cuidados intensivos, e aquilo que até agora são os números atingidos não tem nada a ver com o que se verificou em anteriores vagas”.
“Portanto, quer aí quer também, de forma muito especial, no número de mortos tem havido uma situação que explica porque é que as medidas que são tomadas pelo governo são medidas diferentes daquelas que foram tomadas noutras vagas”, acrescentou.
Questionado sobre a possibilidade de o governo recusar público nos jogos de futebol na nova época, Marcelo Rebelo de Sousa salientou que as medidas a tomar em cada momento no plano sanitário são “uma questão de competência” do Executivo.
Porém, como se trata da próxima época futebolística, ainda falta um mês para o início e antes acontece a sessão epidemiológica no Infarmed, em 27 de julho, na qual, “precisamente, além de fazer o balanço passado”, se vai “olhar para o futuro”.
“Faz sentido nessa altura olhar para o futuro, e o governo decidirá sobre o futuro à luz da situação vivida então”, reiterou. Relativamente às medidas em vigor, nomeadamente na restauração, o Presidente da República repetiu que “são medidas que tentam encontrar uma colagem à realidade, mas são novas, colocam problemas novos”.