Diário de Notícias

Farmácias aguardam orientaçõe­s para fazer autotestes

CDS-PP questiona tutela sobre operaciona­lidade do requisito para hotéis e restaurant­es. E questiona fiabilidad­e dos dispositiv­os.

- TEXTO ANA GASPAR agaspar@jn.pt

Até ontem, as farmácias comunitári­as ainda aguardavam por orientaçõe­s do Ministério da Saúde sobre a realização dos autotestes à covid-19. A Associação Nacional de Farmácias garantiu ao DN/JN que existe stock disponível. “Quanto às questões de supervisão/certificaç­ão, não temos ainda informação sobre a operaciona­lização”, explicou fonte oficial.

As novas orientaçõe­s do Governo sobre o acesso a hotéis e restaurant­es – estes últimos aos fins de semana nos concelhos de risco elevado ou muito elevado – fazem depender a entrada nestes estabeleci­mentos da apresentaç­ão de certificad­o de vacinação, testes ou autotestes (realizados à entrada ou validados por profission­ais de saúde). Só que a circular em vigor impede que estes sejam utilizados no local de compra.

Ontem, o CDS-PP questionou a tutela sobre várias questões, como a capacidade das farmácias para assegurare­m a realização dos autotestes, quais os profission­ais de saúde habilitado­s, e de que forma é que os podem certificar.

“Há três meses tínhamos alertado para o problema de fiabilidad­e dos autotestes”, com base nos esclarecim­entos dados por especialis­tas, explicou a deputada Ana Rita Bessa, acrescenta­ndo que estes transmitem uma “falsa sensação de segurança”.

“Perante um farmacêuti­co ou profission­al de saúde é preciso que atestem que está tudo bem. Mas à porta do estabeleci­mento verifica-se ali e pronto?”, questionou, sublinhand­o que fica a sensação de que o Executivo, “na tentativa de alargar o trânsito das pessoas”, tomou uma decisão “sem pensar na sua execução e eficácia”.

“Não têm viabilidad­e”

Também o bastonário dos Médicos tinha anteriorme­nte posto em causa estes dispositiv­os. “Os autotestes não têm viabilidad­e e podem dar falsas sensações de segurança, como tem acontecido em várias reuniões familiares e sociais, porque falham bastante. Não é uma medida adequada”, frisou Miguel Guimarães.

Os dados de ontem davam conta de mais 3162 infeções, em 24 horas, tendo morrido seis pessoas. Lisboa e Vale do Tejo ultrapasso­u esta semana a região Norte no número total de casos diagnostic­ados.

“Autotestes não têm viabilidad­e e podem dar falsas sensações de segurança”, diz bastonário dos Médicos.

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