“A minha divisa? Ir sempre atrás do que quero e nunca desistir”
O famoso inquérito respondido pela professora e investigadora Margarita Correia
A sua virtude preferida?
A coragem. Conheci poucas pessoas verdadeiramente corajosas na vida; tive a felicidade de viver 30 anos com a mais corajosa de todas. A coragem vem acompanhada de outras virtudes que aprecio igualmente, como a retidão, a frontalidade, a franqueza.
A qualidade que mais aprecia num homem?
Num homem aprecio a capacidade de conversar, de expressar opiniões e sentimentos, e também de os ouvir. Nada há mais sexy do que uma boa conversa, franca e generosa.
A qualidade que mais aprecia numa mulher?
Basicamente uma que aprecio em toda a gente: honestidade.
O que aprecia mais nos seus amigos?
Saberem que estou sempre aqui, mesmo quando não me faço notar, e não fazerem cobranças.
O seu principal defeito?
A dificuldade em dizer “não”, que me leva a estar constantemente assoberbada com coisas para fazer, compromissos a honrar, noites sem dormir.
A sua ocupação preferida?
Escrever, e.g., cartas, pensamentos, pequenas narrativas; também escrever ciência. Encanta-me a escrita e a reescrita. Ajuda-me a organizar as ideias e a livrar-me do que me inquieta.
Qual é a sua ideia de “felicidade perfeita”?
Ter a capacidade de ser feliz com os pequenos nadas que a vida nos traz.
Um desgosto?
Perder alguém que se ama.
O que é que gostaria de ser?
Gostaria de ser uma exímia nadadora ou de ser surfista. Gostaria de ter sido geóloga e ter-me especializado no estudo dos vulcões, ou oceanógrafa e tratar o mar por tu. Gostaria de ser investigadora de campo e registar línguas em risco de extinção, de preferência na América Latina. Espero que haja reencarnação e me sejam concedidas vidas para que possa fazer estas coisas todas, e outras.
Em que país gostaria de viver?
Portugal. Quando jovem, parecia-me demasiado pequenino, cinzento, classista, com poucas oportunidades. Hoje, prefiro Portugal não só porque mudou muito nas últimas décadas eéump aí sondes e vive bem.
A cor preferida?
O amarelo, as tonalidades entre os girassóis, as madeiras claras, o ocre e o dourado.
A flor de que gosta?
O girassol, por ser a flor mais solar e descarada.
O pássaro que prefere?
Nenhum em particular.
O autor preferido em prosa?
Hesito entre José Saramago e Mario Vargas Llosa.
Poetas preferidos?
Camilo Pessanha, Ruy Belo, Sophia.
O seu herói da ficção?
Sou mais dada a heróis da vida real.
Heroínas favoritas na ficção?
A filha mais velha dos Joad, que amamenta um homem agonizando de fome, em AsVinhas da Ira, e a mulher do médico, em Ensaio sobre a Cegueira.
Os heróis david areal?
Salgueiro Maia e o Homem dos Tanques da Praça Tiananmen. Em geral aqueles que, na hora da verdade, mantêm presença de espírito e arriscam tudo em favor de um bem maior.
As heroínas históricas?
Beatriz Ângelo, Aracy de Carvalho Guimarães Rosa.
Os pintores preferidos?
Salvador Dalí, Victor Vasarely.
Compositores preferidos?
Bach, Gershwin, Philip Glass.
Os seus nomes preferidos?
Ana, Laura, Lia, Irene; António e João.
O que detesta acima de tudo?
A covardia.
A personagem histórica que mais despreza?
Augusto Pinochet.
O feito militar que mais admira?
Não sou muito dada a história militar, batalhas, estratégia. Acho que os feitos militares mais relevantes são os que se dão em tempos de paz, ao serviço da sociedade.
O dom da natureza que gostaria deter?
Voar.
Como gostaria de morrer?
Sem dar por nada.
Estado de espírito atual?
Tranquila.
Os erros que lhe inspiram maior indulgência?
Os cometidos pelos outros.
A sua divisa?
Ir sempre atrás do que quero e nunca desistir.