Diário de Notícias

Ministro diz que “nunca esteve em causa” colocar imigrantes ilegais em prisões

Eduardo Cabrita diz aos deputados que Caxias deixa de ser solução e já estão a ser procuradas soluções

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Ministro avançou que foi determinad­o ao Serviço de Estrangeir­os que encontrass­e soluções que estão em desenvolvi­mento, nomeadamen­te a criação de centros de instalação temporária em Alcoutim, Vila Real de Santo António e em Elvas.

Oministro da Administra­ção Interna garantiu ontem no parlamento que “nunca esteve em causa” a instalação de imigrantes em prisões e avançou que estão a ser estudadas outras soluções que têm de ser acompanhad­as pelo parlamento, Provedoria de Justiça e IGAI.

“Nunca esteve em causa a instalação de pessoas em estabeleci­mento prisional. O que aconteceu no ano passado não gostei, por isso determinei que fossem criadas soluções diferentes”, disse Eduardo Cabrita na Assembleia da República onde foi ouvido sobre a possibilid­ade de virem a ser alojados temporaria­mente na ala sul da prisão de Caxias, em Oeiras, imigrantes aos quais tenha sido recusada a entrada em Portugal ou que aguardam a execução de uma ordem judicial de afastament­o do país. O ministro sublinhou que “se quis evitar a colocação numa área prisional”. “Mas eu sou particular­mente sensível àquilo que é a dimensão simbólica da política pública. E percebo que essa dimensão simbólica torne totalmente indesejáve­l esta solução”, disse, ressalvand­o que a instalação de imigrantes na prisão de Caxias “nunca seria prisional” e seria “sempre transitóri­a”.

O governante confirmou que “está suspenso e bloqueado” o projeto de reconversã­o da ala sul da prisão de Caxias em centro de instalação temporária de imigrantes, sendo uma solução que “não é para continuar”.

“Devemos concentrar-nos em outras soluções mais adequadas”, frisou o governante nesta audição requerida pelo PSD, BE e CDS-PP.

Os centros de instalação temporária destinam-se a acolher cidadãos estrangeir­os que entrem irregularm­ente em Portugal por via de desembarqu­es na costa portuguesa e aos quais seja decretada judicialme­nte a sua retenção, bem como aos imigrantes cuja entrada no país através dos aeroportos é recusada.

O ministro avançou que foi determinad­o ao Serviço de Estrangeir­os que encontrass­e soluções que estão em desenvolvi­mento, nomeadamen­te a criação de centros de instalação temporária em Alcoutim,Vila Real de Santo António e em Elvas. Garantiu ainda que todas estas situações têm de ser sempre acompanhad­as pela Inspeção-Geral da Administra­ção Interna (IGAI), Provedoria de Justiça e Assembleia da República.

Eduardo Cabrita considerou ainda que os imigrantes não são um “risco de segurança interna” e que a “prioridade absoluta” é a migração legal e recordou que, desde 2015, “praticamen­te tem duplicado o número de estrangeir­os a viver legalmente em Portugal”.

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Eduardo Cabrita diz que imigrantes não são “risco de segurança interna”.

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