81% pedem uma remodelação, com Cabrita no topo da lista
SONDAGEM Entre os que defendem mudanças no Governo,a maioria quer que sejam antes das autárquicas.
Não haverá remodelação no Governo, disse António Costa há duas semanas. Está em contrapé com o país. Quando se pergunta aos portugueses se deve ou não haver remodelação, a resposta é clara: 81% dizem que sim e de preferência antes das eleições autárquicas de setembro (44%), revela a sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF. O alvo principal é Eduardo Cabrita (78%). Mas, aconteça ou não, há um facto que outra maioria dá como adquirido: 75% acreditam que o Governo dura até ao fim da legislatura (em abril eram 84%).
Os meses de junho e julho voltaram a ser agitados para o Governo. E em particular para alguns ministros. As hipóteses de remodelação preencheram horas de comentário político televisivo. E até Marcelo veio a terreiro exigir, de novo, “estabilidade política” (assumindo, no fundo, que ela não existe). O auge da especulação surgiu quando Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, pré-anunciou o regresso ao posto de professor universitário. Foi apenas um “momento
de ingenuidade”, apressou-se a dizer António Costa, com isso fechando, de novo, a porta à troca de ministros.
Temido em segundo
São muito poucos (19%) os portugueses que concordam com o chefe do Governo. Quatro quintos querem uma remodelação e, desses, cerca de metade já neste verão. É a data mais apontada por quase todos os segmentos partidários, incluindo os eleitores socialistas (43%). Os comunistas são a exceção, apontando como data ideal para a dança de ministros o final das negociações para o próximo Orçamento de Estado.
A Aximage também perguntou quem deve ser “despedido”. Mas deixou ao critério de cada inquirido dizer espontaneamente os nomes que entendesse. O ministro da Administração Interna surge destacado (78%). Sem surpresa, uma vez que foi em junho que Cabrita se envolveu em mais uma polémica: o carro onde seguia atropelou e matou um trabalhador na A6. Marta Temido é a senhora que se segue (29%). E logo depois Tiago Brandão Rodrigues (20%) e Francisca Van Dunem (19%).