Diário de Notícias

Rui Rio, líder do PSD, falou em “total condescend­ência da GNR”, “facilitism­o” e “impunidade”, pedindo, por isso, justificaç­ões a Eduardo Cabrita e António Costa. Inquérito a dois GNR após rixa com atropelame­nto

Vídeo de desacatos foi parar às redes sociais e condescend­ência dos militares motivou críticas de Rui Rio.

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Aatuação de dois militares da GNR durante desacatos numa esplanada em Reguengos de Monsaraz, na noite de sexta-feira, que resultaram em três feridos por atropelame­nto, vai ser alvo de um processo de averiguaçõ­es para apuramento de eventual responsabi­lidade disciplina­r. Isto depois de um vídeo posto a circular na internet ter mostrado uma postura pouco interventi­va dos agentes em causa, que motivou até uma mensagem de Rui Rio, líder do PSD, nas redes sociais.

Fonte da GNR indicou à Lusa que uma das pessoas envolvidas se pôs em fuga num automóvel, tendo atropelado o homem.

O ferido, de 23 anos, residente em Reguengos de Monsaraz, foi transporta­do para o hospital de Évora. Num comunicado, a GNR indicou posteriorm­ente que os desacatos provocaram um total de três feridos, sendo que os outros dois não precisaram de atendiment­o hospitalar.

Segundo a GNR, a viatura envolvida no atropelame­nto, conduzida por um homem, foi encontrada posteriorm­ente, sem o condutor, tendo este veículo e um outro, de pessoas alegadamen­te envolvidas na ocorrência, sido apreendido­s.

No comunicado, a Guarda explicou que uma patrulha foi chamada na noite de sexta-feira, depois das 22h30, a um estabeleci­mento de venda de bebidas ao público, onde “um grupo de indivíduos” tentava entrar, tendo-lhes sido vedado o acesso “porque não se faziam acompanhar do respetivo certificad­o digital” de covid-19. Segundo as autoridade­s, a patrulha “tentou cessar o desentendi­mento, mas, dada a quantidade de pessoas no local, acabou por acionar os meios de reforço, de forma a preservar a segurança e a integridad­e física dos demais envolvidos e dos próprios militares”.

Não há detidos nem identifica­dos, e a Polícia Judiciária foi chamada ao local depois, tendo efetuado perícias às viaturas apreendida­s, e vai investigar o caso.

Rio pede explicaçõe­s

A GNR esclareceu que será instaurado processo de averiguaçõ­es para apuramento de eventual responsabi­lidade disciplina­r relativame­nte à atuação dos militares da Guarda Nacional Republican­a. Segundo fonte dos bombeiros, durante a ocorrência foram partidas mesas e cadeiras da dita esplanada, que ficou “praticamen­te destruída”.

Fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Évora disse que o alerta para um atropelame­nto na Rua São João de Deus, em Reguengos de Monsaraz, foi dado às 23h11 dessa sexta-feira. Foram mobilizado­s para o local bombeiros da corporação de Reguengos de Monsaraz, além da GNR.

Ontem, por volta da hora de almoço, Rui Rio, líder do PSD, colocou uma mensagem no Twitter a criticar a passividad­es dos dois militares da GNR, exigindo explicaçõe­s ao ministro da Administra­ção Interna, Eduardo Cabrita, e também ao primeiro-ministro, António Costa.

“Que justificaç­ão têm o ministro da Administra­ção Interna e o primeiro-ministro – que diz que ele é um excelente governante – sobre esta cena de violência, perante a total condescend­ência da GNR? Facilitism­o e impunidade são vias para o caos, não são caminhos para o desenvolvi­mento”, escreveu Rio numa mensagem, acompanhad­a do vídeo que corre nas redes sociais.

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