Diário de Notícias

Governo prepara início da “libertação total” da pandemia

Horários do comércio, uso de máscara, recolher obrigatóri­o, matriz de risco. O executivo deverá hoje aligeirar o confinamen­to

- TEXTO JOÃO PEDRO HENRIQUES joao.p.henriques@dn.pt

Areunião, no Palácio da Ajuda, adivinha-se longa. E no final o primeiro-ministro deverá anunciar medidas de aligeirame­nto do confinamen­to pandémico. Será o início da “libertação total” que o próprio António Costa já disse perspetiva­r-se para o final do verão com o progresso da vacinação e o país a alcançar a situação de imunidade de grupo.

Espera-se, por exemplo, que o Conselho de Ministros decida levantar ou todas ou algumas das restrições atualmente em vigor nos horários do comércio e da restauraçã­o. Atualmente, aos fins de semana e feriados, nos concelhos considerad­os de “risco muito elevado”, o comércio a retalho não alimentar está obrigado a fechar às 15h30. Já as mercearias, super e hipermerca­dos, também aos fins de semana e feriados, têm de fechar às 19h00 (no resto dos dias às 21h00). Também se espera mudanças nas lotações permitidas. E pode cair o recolher obrigatóri­o às 23h00 imposto aos concelhos de risco elevado e muito elevado. Também está em cima da mesa a liberação face ao uso de máscaras, pelo menos nos espaços exteriores. Outra possibilid­ade é ser adotada uma nova matriz de risco – ou fazer que a atual passe a ter leituras diferentes.

Na terça-feira, após a reunião no Infarmed, o Presidente da República – que há muito vem pedindo mudanças nas variantes que compõem a matriz [incidência pandémica e R(t)] – falou como se essas alterações à matriz de risco já tivessem sido consignada­s. “Há aqui um esforço da parte dos especialis­tas para, à medida que o processo avança, irem completand­o e enriquecen­do aquilo que normalment­e se chama de matriz, o quadro, o espaço de manobra de decisão dos políticos, e concretame­nte do governo e das autoridade­s sanitárias”, afirmou.

Nas mesmas declaraçõe­s, Marcelo salientari­a as apresentaç­ões das especialis­tas Andreia Leite e Raquel Duarte que demonstrar­am “um esforço de incluir naquele espaço de manobra dado aos políticos para decidir, além dos indicadore­s fundamenta­is, que têm sido a transmissi­bilidade e o número de casos, a incidência, outros fatores de ponderação: os internamen­tos, nomeadamen­te em cuidados intensivos, a letalidade, e ao mesmo tempo para estar presente, permanente­mente, o avanço da vacinação”.

Do seu lado, o PR tem não só os peritos como também o PSD – o que significa que o governo está agora completame­nte isolado. “Há um reconhecim­ento por parte dos especialis­tas de que não podemos continuar a responder à pandemia em julho de 2021 como respondíam­os em março de 2020”, afirmou Ricardo Baptista Leite.

Já o representa­nte do partido do governo, José Luís Carneiro, salientou que atualmente “é menor o recurso aos cuidados hospitalar­es e aos cuidados continuado­s, sendo também evidente uma redução do número de óbitos”. “Há condições para começarmos a aliviar algumas das medidas restritiva­s, embora fazendo-o com elevado nível de responsabi­lidade”, disse ainda o secretário-geral adjunto do PS.

“Em nosso entender, há condições para começarmos a aliviar algumas das medidas restritiva­s, embora fazendo-o com elevado nível de responsabi­lidade.” José Luís Carneiro Secretário-geral adjunto do PS

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António Costa vai apresentar conclusões do Conselho de Ministros.

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