Diário de Notícias

“Lisboa é uma cidade de grande tolerância”

A candidata do PAN à presidênci­a da Câmara de Lisboa quer ajudar os lisboetas que “estão com ordens de despejo e que fazem falta à cidade”. Afirma que está na política pelas causas.

- TEXTO ELSA ARAÚJO RODRIGUES elsa.rodrigues@vdigital.pt

Vive em Lisboa?

Vivo em Lisboa. Neste momento, no bairro de Alvalade mas nos últimos anos divido o meu tempo entre Lisboa e o Alentejo. Mas já vivi em muitas aldeias da grande aldeia que é Lisboa – Bica, São Mamede, Príncipe Real e até no bairro dos Anjos.

Se for eleita presidente da Câmara Municipal de Lisboa, qual é a primeira coisa que muda na cidade?

É uma pergunta difícil porque há tanta coisa que gostaria de implementa­r e mudar imediatame­nte. Mas a maior preocupaçã­o vai ser localizar, detetar e amparar pessoas que estão em situações de muita vulnerabil­idade, que estão com ordens de despejo e que fazem falta a Lisboa. Terá de ser feito um levantamen­to e terá de ser concedido um apoio para que não se vão embora. Depois, temos de travar o abate indiscrimi­nado de árvores e de podas abusivas – que têm sido feitas de forma quase criminosa. E ambientalm­ente, nem menos uma árvore para Lisboa – é outra das medidas. E, além disso, há outra coisa que prometo, que é a implementa­ção do hospital veterinári­o.

O concelho de Lisboa ganha ou perde pelo facto de ser a cidade capital e a sede do governo?

Lisboa ganha muito pelo facto de ter essas duas valências e por ter todo esse fluxo de gente que a demanda e até outros bónus que isso implica. Mas nem sempre gere tão bem a quantidade de gente que atrai. Isso não está a ser bem feito, tem de ser mais bem programado. E tem de chamar a si uma grande responsabi­lidade de não só integração, como integração harmoniosa. Lisboa é uma cidade de muitas culturas. Temos de tomar em consideraç­ão que há muitas culturas diferentes a coabitar nesta mesma cidade.Vivemos uns com os outros e essa é uma grande marca de Lisboa, é uma cidade de grande tolerância cultural. E isso é uma grande riqueza.

O que não pode prometer?

Não posso prometer aos lisboetas que vou travar os efeitos das alterações climáticas. Não posso prometer aos lisboetas que vou impedir, por exemplo, catástrofe­s como os sismos ou como as pandemias. O que posso prometer é que, comigo na câmara, todas essas situações serão previstas. Serão tomadas em consideraç­ão antes de acontecere­m, de modo que quando surgirem todas as pessoas serão abrigadas, protegidas. Haverá planos de resiliênci­a e de resistênci­a que tomam em consideraç­ão não só as pessoas, mas os animais. Porque não é em cima dos acontecime­ntos que vamos a correr desenhar os projetos que vão travar consequênc­ias muito nefastas. Comigo, os lisboetas sentir-se-ão muito protegidos.

Se for eleita presidente da Câmara Municipal de Lisboa, isso será um meio ou um fim na sua vida política?

A minha carreira política não é propriamen­te um cursus honorum.Venho de outras áreas, onde estou muito à vontade. A minha carreira política é pelas causas. Identifico-me profundame­nte com este partido porque dá resposta às causas que abraço desde que me lembro. Por outro lado, era quase impossível virar as costas porque eu nasci num mundo onde os meus filhos e os meus netos já não vão viver. Nasci num mundo que a minha geração destruiu completame­nte. É quase uma obrigação cívica, se sou chamada, se tenho uma oportunida­de de pôr a minha voz ao serviço das causas, vou estar na linha da frente.

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AGRADECIME­NTOS

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