PORTUGAL
Chegou ao fim o projeto que durante um mês contou as histórias de quem deixou as grandes cidades e foi viver para o interior.
Hoje não precisamos de subir a uma serra nem cruzar uma miríade de estradas municipais. Não vamos ao encontro de uma pastora em Casais de Folgosinho nem conhecer os Herdeiros do Moinho a Penamacor. Ou ao centro geodésico do país, em Vila de Rei. Na última peça impressa do projeto #UmOutroPaís, fazemos uma reflexão sobre esta aventura e o nosso lugar de conversa é uma sala de aula na Escola Superior de Comunicação Social (ESCS), onde esteve o coração deste projeto. Escrevemos coração porque este é um projeto de muito fôlego para quem trabalha nesta sala de forma inteira e voluntária.
Foi nesta sala, durante uma aula de Jorge Souto, professor na ESCS, que pela primeira vez surgiu a ideia de usar numa reportagem um conceito muito familiar ao mundo da ficção e do entretenimento. O conceito de transmedia é já uma forma de comunicar videojogos e sagas de entretenimento, como o mundo da banda desenhada. No nosso país, contudo, existem poucos projetos na área da comunicação social que possam carregar esse título.
O professor tinha noção disso. O conceito, no plano teórico, é relativamente simples, mas para um produto informativo enfrenta algumas resistências. Diversas vezes tivemos de explicar a nossa ideia: à sombra do Castelo de Marvão, em Seia, no coração da serra da Estrela ou à volta de uma mesa, em Serpa.
A narrativa transmedia é frequentemente aplicada na ficção e muitas vezes esse era o exemplo dado aos entrevistados para explicar o projeto. O nosso #UmOutroPaís é como uma daquelas sagas em que vão aparecendo super-heróis. Frequentemente nestas epopeias os super-heróis vão desfilando na narrativa e cada um vai ajudando a contar uma história. Quem conhece este tipo de universo sabe que cada um destes personagens tem história própria e relevante.
A ideia do nosso projeto era criar uma história maior, um universo. Colocar no centro da discussão um tema relevante para a nossa sociedade