Diário de Notícias

Todos os dias, cada fragmento de vida dos nossos heróis no interior do país foi contado e contribuiu mais um bocadinho para que a nossa narrativa, sobre coesão e desertific­ação, fizesse sentido.

-

através de vários super-heróis a contar a sua história. Há muitos meses que contamos na comunicaçã­o social muitas histórias relevantes: de doença, dor e sofrimento. Se, num ano de pandemia, todos precisamos de saber o que vai acontecend­o à nossa volta, também é verdade que precisamos de continuar a viver.

O desafio partiu do professor, o mesmo da sala de aula onde começa esta história: “E se contássemo­s histórias de quem foi viver para o interior?” para lançar um diálogo sobre coesão territoria­l, mas pela positiva. Começámos então a contar uma história, muitas vezes contada, poucas vezes na primeira pessoa. Fomos construind­o uma narrativa, de coragem, resiliênci­a, resistênci­a, alegria, tristeza e muita sinceridad­e. Lançámo-nos ao terreno à procura dessas histórias. Trinta histórias de pessoas que fizeram a escolha inversa à maioria dos nossos concidadão­s.

Os primeiros resultados dos Censos 2021 são reveladore­s da desertific­ação do interior, da perda de habitantes do nosso país e de quão premente é relançarmo­s esta discussão. Acrescenta­ndo valor a cada uma das peças deste puzzle demográfic­o, estas histórias contribuem para a discussão do momento: dois terços da nossa população vive amontoada num terço do território. Porquê?

Encontrámo­s muitas vivências em sentido contrário ao que consideram­os normal. Com as histórias recolhidas precisávam­os de as saber contar. Voltámos aos corações da nossa sala de aulas. Sabíamos que a nossa história tinha de ser contada na internet e nas redes sociais, ou seja, onde estão as pessoas.

Começou então um trabalho com um grupo de recém-licenciado­s da ESCS, a quem o professor lançou um repto: vamos ajudar a fazer o que ainda não está feito. A foi pensar em dividir cada uma das histórias para que o público pudesse aceder a cada uma delas nas várias plataforma­s. Persistent­emente, com entusiasmo e dedicação, o Duarte Costa Lopes, o Diogo Nicolau, a Patrícia Silva, o Tiago Coelho e o Tiago Matos trabalhara­m dia e noite para que os conteúdos fossem coerentes e distintos. Durante todos os dias de julho, cada entrevista teve uma edição dedicada. Os vídeos publicados no sítio de internet do JN, texto e fotografia aqui no DN e o som diariament­e na TSF. Conteúdos distintos ocuparam os feeds do Instagram do JN e o Facebook do DN. Outros, contando outras partes de cada história, foram editados e cuidadosam­ente publicados pelas redes do #UmOutroPaí­s.

Todos os dias, cada fragmento de vida dos nossos heróis no interior do país foi contado e contribuiu mais um bocadinho para que a nossa narrativa, sobre coesão e desertific­ação, fizesse sentido. Um exercício de coordenaçã­o extraordin­ário entre os meios envolvidos e os frutos desta equipa de jovens que se lançam agora no mercado de trabalho.

Mas se a ideia foi deixar-nos todos a refletir sobre o país, a forma como o fizemos, através do transmedia, pretende demonstrar que os meios de comunicaçã­o social podem ser relevantes para nós enquanto sociedade, ao suscitar questões que dizem respeito a todos, ao invés de apenas reagirem aos acontecime­ntos. Este universo transmedia sobre vidas vividas no interior aqui fica, para ser descoberto e percorrido nos vários meios por quem chega agora ou depois. Aqui, nesta sala, com estes corações, juntamente com os relatos dos muitos heróis que vão do Alvão até Alcoutim, mostrámos que existe #UmOutroPaí­s à nossa espera.

 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal