TRANSPORTES
Comboios da empresa apareceram menos vezes, mas foram mais pontuais. Fusão com a EMEF gerou poupança de mais de 30 milhões de euros na contratação de serviços de conservação e reparação a empresas externas.
ACP agravou os prejuízos por causa da pandemia. No ano passado, a transportadora registou resultados negativos de 95,4 milhões de euros, o que compara com os 51,6 milhões de euros verificados em 2019. Os comboios apareceram menos vezes do que estava programado, mas foram mais pontuais, refere o relatório e contas publicado pela empresa liderada por Nuno Freitas.
A diminuição das receitas ajuda a explicar o agravamento dos resultados. A quebra de 40% nos passageiros, para 87 milhões, levou à descida de 45% nos proveitos de tráfego, para 150,65 milhões de euros. Os rendimentos de tráfego são uma componente fundamental para assegurar que a empresa consegue pagar salários e cumprir os compromissos com os seus fornecedores.
No início do ano passado, a empresa vinha de um ciclo de recuperação de passageiros nas suas linhas. Antes de a covid-19 entrar em Portugal, a CP registava “dois meses com um crescimento da procura, em linha com o que vinha a ocorrer nos anos anteriores, induzida não só pelo crescimento da economia portuguesa como pelo do turismo”.
Depois do primeiro confinamento, os passageiros começaram a voltar, mas nunca ao ritmo pré-pandemia, até porque nos transportes foram introduzidos limites à lotação de dois terços da capacidade. No último trimestre do ano, contudo, houve novas restrições de mobilidade por causa da segunda vaga de covid-19.
Além dos limites à lotação, houve várias alterações na oferta de comboios em Portugal a partir de março. No primeiro confinamento, a oferta de comboios urbanos e regionais caiu para 75%; nos serviços de longo curso, o recuo foi mais acentuado.
O serviço internacional foi praticamente apagado: desde 17 de março do ano passado que não circulam os comboios noturnos para Espanha (Lusitânia) e França (Sud Expresso); o comboio Celta, entre Porto e Vigo, foi retomado em maio, mas apenas com uma viagem diária em cada sentido, em vez de duas. No total, foram realizados
O confinamento e a introdução de limites à lotação nos comboios tiveram impacto no tráfego de passageiros.
404.127 comboios, menos 6,9% face a 2019.
Mesmo nos comboios programados, houve mais viagens suprimidas: o índice de regularidade recuou de 99,5% para 99,2%. Apenas os comboios urbanos de Sintra/Azambuja foram mais assíduos na comparação com 2019. Pelo contrário, houve mais comboios a chegar a horas: o índice de pontualidade subiu 2,8 pontos percentuais, para 85%. As principais melhorias registaram-se no Intercidades, Alfa Pen