Diário de Notícias

“Tenho de lutar muito. Até 26 de setembro vai ser muito terreno”

O candidato da coligação Novos Tempos entregou ontem as listas dos candidatos aos órgãos autárquico­s e já tem pelouro para os independen­tes se for eleito presidente da câmara. A campanha vai em crescendo? “É notório nas ruas e as sondagens mostram essa te

- TEXTO PAULA SÁ paulasa@dn.pt

Carlos Moedas entregou ontem as listas dos candidatos da coligação Novos Tempos aos órgãos autárquico­s. O passo final para a corrida contra o socialista Fernando Medina à presidênci­a da Câmara de Lisboa, nas eleições de 26 de setembro.

Ao DN o candidato da coligação PSD, CDS, MPT, PPM e Aliança mostra-se confiante no resultado, apesar de as sondagens teimarem em colocá-lo atrás do candidato socialista que é presidente da autarquia.

A campanha vai em crescendo? “É notório nas ruas e as sondagens mostram essa tendência”, garante Moedas, que tem andado no terreno semana após semana a tentar que as suas ideias chegam aos eleitores da capital. Aposta bastante nos “muitos indecisos” que ainda há para convencer.

Mas sabe bem que a luta que trava é desigual. “Tenho de lutar muito nesta fase em Lisboa. Até 26 de setembro vai ser muito terreno”, diz. O mês de agosto também vai ser feito de palmilhar bairros, coletivida­des, associaçõe­s, clubes desportivo­s.

“Penso humildemen­te que as pessoas devem conhecer-me e saber quais são as minhas ideias para a cidade”, assegura o candidato. Até porque, reconhece, a sua passagem por Bruxelas como comissário europeu pode colocá-lo num patamar distante das pessoas, o que procura contrariar nos contactos pessoais.

As sondagens, diz, foram feitas antes de ter sido apresentad­o o seu programa eleitoral, que diz ser um “projeto claro” com “ideias inovadoras para a cidade”. Como por exemplo o estacionam­entos mais barato para moradores de Lisboa ou o programa de saúde para pessoas maiores de 65 anos com dificuldad­es económicas, tal como tornar mais baratos os transporte­s públicos para avós e netos.

Quando apresentou as suas ideias para a cidade, lamenta, “não houve a mesma cobertura mediática” que o adversário socialista teve. Compreende, no entanto, que o facto de Fernando Medina já ser presidente da câmara potencie essa visibilida­de. E é nesse sentido que assume que é preciso lutar muito pelo resultado.

Carlos Moedas afirma que ainda em fase de pré-campanha já conseguiu começar a mudar a filosofia da cidade. Para tanto, invoca a luta contra o projeto das Torres do Restelo. “Consegui pôr na agenda que o projeto estava mal e conseguiu-se mudar, em conjunto com um grupo de cidadãos, o que estava mal pensado”, frisa.

O projeto de renda acessível da Câmara de Lisboa previsto para o Alto do Restelo sofreu um conjunto de alterações, entre as quais a redução do número máximo de pisos de 15 para oito.

“Este presidente da câmara e este governo da cidade não têm ouvido as pessoas. É o posso, quero e mando. Diferencio-me de Fernando Medina por ser inclusivo e ouço as pessoas”, garante Moedas.

A equipa

O candidato da coligação Novos Tempos manifesta-se ainda “muito feliz” com a “excelente equipa” que conseguiu reunir para o acompanhar nesta corrida autárquica. Dos primeiros oito nomes da lista que lidera, três são independen­tes, uma marca em que quis apostar desde que aceitou o convite de Rui Rio para este desafio. “Quis incluir pessoas independen­tes que trouxessem valor”, reforça a ideia com que se lançou na candidatur­a à principal câmara do país.

O virologist­a Pedro Simas é um dos três independen­tes da lista, um professor e investigad­or que lhe ligou no dia em que anunciou que era candidato disposto a ajudá-lo. Foi à mesa do café que aceitou o convite para integrar a lista de candidatos e é para ele que reserva um pelouro da Saúde se for eleito presidente da câmara e foi com ele que pensou o plano de saúde para os mais idosos da cidade.

Outra dos independen­tes é Joana Almeida, professora do Instituto Superior Técnico e urbanista. “Não preciso do melhor arquiteto do mundo, preciso de uma urbanista para pensar a cidade”, diz Moedas, e o pelouro que lhe dará será mesmo esse. E, por fim, a terceira independen­te é Laurinda Alves, jornalista mais próxima do CDS, que conseguiu reunir a lista de 50 personalid­ades do Conselho de Independen­tes que formou para desenvolve­r as ideias para a cidade.

Dos oito primeiros nomes da lista fazem parte ainda os sociais-democratas Filipa Roseta e Ângelo Pereira e os centristas Diogo Moura e Filipe Anacoreta Correia. Este último alvo de polémica por ter ocupado o lugar que foi do líder da distrital do partido João Gonçalves Pereira. Moedas desvaloriz­a a polémica e diz que faz parte das “escolhas” dos partidos e não vê que o prejudique na campanha.

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Carlos Moedas tem andado persistent­emente nos bairros de Lisboa, mas garante que vai intensific­ar essa presença mesmo em agosto.
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