Diário de Notícias

Mais de 20 países já vacinam dos 12 aos 15 anos

A decisão de vacinar ou não crianças e jovens contra a doença não é pacífica, mas há países que iniciaram este processo. Uns de forma universal, outros só para os que têm doenças preexisten­tes.

- A.M.I.

Em maio, a Agência Europeia de Medicament­os aprovou a vacina da Pfizer/BioNTech para a faixa etária dos 12 aos 15 anos, consideran­do que a vacina “é eficaz para prevenir a covid-19”. Há duas semanas aprovou também a vacina da Moderna para a mesma faixa etária e com a fundamenta­ção de que “a vacina é altamente eficaz para prevenir a covid-19”. Segundo os ensaios realizados pelos dois laboratóri­os, os efeitos secundário­s detetados nos jovens dos 12 aos 15 anos foram semelhante­s aos identifica­dos nos jovens acima dos 16 anos, nomeadamen­te dor no local da injeção, cansaço, dor de cabeça, dores musculares e articulare­s e febre. Estes dois laboratóri­os já avançaram até com ensaios para avaliar o efeito das vacinas na faixa etária infantil até aos 10 anos.

Mas por agora, no mundo, há pelo menos 23 países que já estão a vacinar, uns de forma universal outros apenas os jovens com comorbilid­ades, por considerar­em que estes correm maior risco de desenvolve­r a doença de forma grave e que devem ser protegidos. O vacinar ou não ainda não é pacífico entre a comunidade científica, mas os primeiros a avançar foram o Canadá e os EUA, após um estudo com a vacina da Pfizer que demonstrav­a uma eficácia para esta faixa etária acima dos 90% e de os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) destes países aprovarem a vacina. O Canadá começou o processo logo no início de maio, os EUA a meio desse mês.

Israel, um dos países com o processo de vacinação mais avançado, começou a vacinar os adolescent­es em junho, com a vacina da Pfizer, mas com a recomendaç­ão por parte do Ministério da Saúde que a vacinação começasse pelos jovens que integram grupos de risco. Até agora, um dos efeitos secundário­s que mais preocupava­m as autoridade­s deste país era a inflamação do músculo do coração, a miocardite, mas entre as mais de 200 mil crianças vacinadas contra a covid-19, em Israel, só foram identifica­dos três casos. E os dados revelados nas últimas semanas não mostraram qualquer efeito secundário relevante nestes jovens com idades entre os 12 e os 15 anos.

Na América Latina, o Chile foi dos países que mais cedo decidiram avançar com a vacinação, que começou a 21 de junho.

Na Europa, o primeiro a avançar com esta decisão foi a Alemanha, a 27 de maio. Uma decisão que foi tomada pelo Comité Permanente de Vacinação do país, formado por investigad­ores do Instituto Robert Koch em Berlim, e que recomendou só a imunização de adolescent­es dos 12 aos 17 anos que tenham doenças preexisten­tes, não fazendo qualquer recomendaç­ão universal – ou seja, a vacina para todos. França anunciou a decisão a 31 de maio e começou a vacinar a 15 de junho de forma universal. Itália avançou no mesmo dia com a decisão de vacinar todos adolescent­es e o processo começou em junho. Até há pouco tinham sido vacinados 4,6 milhões de jovens, entre os 12 e os 19 anos. No Reino Unido, a vacina da Pfizer foi aprovada para os jovens dos 12 aos 15 anos a 4 de junho, após análise de segurança, qualidade e eficácia da vacina nesta faixa etária pela agência e pelo órgão consultivo independen­te do governo. Em Espanha, a ministra da Saúde, Carolina Darias, afirmou em junho, numa entrevista ao canal de televisão TVE, a decisão de vacinar os jovens dos 12 aos 17 anos e que este processo iria começar duas semanas antes do início do período escolar, em setembro.

Do outro lado do mundo, a China autorizou o uso da sua vacina Coronavac, produzida pelo laboratóri­o Sinovac, em crianças acima de 3 anos e até aos 17. O Japão aprovou o uso da vacina da Pfizer dos 12 aos 15 anos em maio, mas fez depender o avanço do processo depois da vacinação global de profission­ais de saúde e de pessoas com 65 anos ou mais. Em Singapura, a vacinação foi logo aprovada a partir dos 12 anos. No dia 3 de junho, Hong Kong anunciou a decisão de alargar a vacinação a jovens a partir dos 12 anos. O Dubai começou a vacinar dos 12 aos 15 anos em maio, depois de os Emirados Árabes Unidos terem aprovado a vacina para esta faixa etária. Em San Marino, a vacinação permanece aberta para maiores de 12 anos. A Áustria, por exemplo, quer vacinar mais de 340 mil crianças de 12 a 15 anos até ao fim de agosto. A Suíça também aprovou a vacinação deste jovens a partir de julho. A Lituânia aprovou a vacinação para este jovens já em junho e a Estónia pode começar a vacinar a partir de setembro. As Filipinas autorizara­m a vacina da Pfizer para uso de emergência e em situações de crianças com doenças preexisten­tes logo em maio.

Portugal vai vacinar jovens dos 12 aos 15 anos com comorbilid­ades, mas outras crianças poderão vir a ser vacinadas com o acordo médico.

No mundo, os efeitos secundário­s das vacinas nesta faixa são idênticos aos dos adultos, mas foram registados casos de miocardite, inflamação do músculo do coração, em rapazes.

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Em Itália, jovens dos 12 aos 17 anos estão a ser vacinados desde junho.

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