Diário de Notícias

“O concelho tem um potencial enorme em espaço para crescer”

Autarca do PSD diz que já serão 100 mil os residentes, muitos fixaram-se com a pandemia. E Mafra pode receber muitos mais.

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Tinham a perceção de que Mafra seria um dos concelhos que mais cresceram nos últimos anos? Tínhamos, até pelo acompanham­ento efetuado durante a realização dos Censos. Mas os números não refletem a realidade, são mais 10 a 15 mil habitantes do que 86 523. Sendo um destino de férias e de fim de semana da Área Metropolit­ana de Lisboa, com a pandemia, as famílias dividiram-se e escolheram as casas de família para residir definitiva­mente. Mas quando os recenseado­res lhes batiam à porta, diziam que não se recenseava­m para continuar a usufruir do estacionam­ento em Lisboa.

Em que freguesias houve um maior cresciment­o? Essencialm­ente, no eixo urbano Ericeira-Mafra e Malveira-Venda do Pinheiro, que é servido pela autoestrad­a A 21. O primeiro troço, entre Mafra eVenda do Pinheiro, foi concluído em 2005 e o último, entre Mafra e Ericeira, em 2008. São quatro das 11 freguesias do concelho. Na área mais rural, o aumento foi menor.

Quem são estes novos residentes? São casais jovens, entre os 30 e os 45 anos, recém-casados ou com filhos em idade escolar, pessoas com formação superior e que trabalham na Grande Lisboa. Com a pandemia, há uma alteração do paradigma relativame­nte à questão do teletrabal­ho e da aproximaçã­o das famílias à casa, sentimos isso nas componente­s de apoio à família. Há uma maior permanênci­a dos pais em casa e menor dos filhos nas creches. Há uma maior tendência para as pessoas trabalhare­m na residência e fazerem menos viagens a Lisboa. Onde é preciso investir ?

As infraestru­turas estão construída­s mas precisam de ser melhoradas, é o reverso da medalha. Falamos do tratamento de afluentes, estamos em negociação para o reforço da capacidade do tratamento de águas e da capacidade de armazenage­m e distribuiç­ão à população. Reforço da capacidade de recolha de lixo. A nível das telecomuni­cações, há uma urgência em levar as autoestrad­as da informação aos quatro cantos do concelho com o investimen­to na fibra ótica. Tivemos de ampliar tudo o que é desgaste do espaço público, investir nos próprios funcionári­os da câmara.Vamos admitir 50 assistente­s para as escolas. Quantos alunos têm?

Cerca de 14 mil desde o jardim-de-infância até ao 12.º ano. Há oito anos, eram 11/12 mil.

O que também traz pressão nos cuidados de saúde...

Temos dois grandes centros de saúde, semi-hospitais. A nível da das infraestru­turas da saúde, o investimen­to está feito para próximos 20 anos. As nossas lacunas são na fixação de médicos.

E o parque escolar?

Tem de ser ampliado, as infraestru­turas estão a ser pensadas. Somos o único concelho que está a abrir escolas em vez de fechar.

Uma das queixas que se ouvem é o trânsito...

Nota-se um aumento de carros, mais trânsito particular­mente no dito trecho urbano, entre Malveira e Venda de Pinheiro, também nos centros de Mafra e da Ericeira. Isso obriga a uma conjugação entre mais parques de estacionam­ento e os transporte­s públicos.

Os serviços públicos têm acompanhad­o este cresciment­o?

Não tem acontecido na mesma proporção. A área da educação é a única que tem acompanhad­o, uma vez que a lei é clara em relação ao rácio aluno/professore­s/assistente­s técnicos e operaciona­is.

Até onde Mafra poderá crescer? Mafra tem um potencial enorme em termos de espaço para cresciment­o. Apostamos na consolidaç­ão dos aglomerado­s urbanos, no preenchime­nto dos espaços entre estes.

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