Diário de Notícias

Diretor de obstetríci­a demite-se

HOSPITAL DE SETÚBAL Pinto de Almeida colocou o cargo à disposição devido à falta de médicos que levou a urgência de obstetríci­a a ter de encerrar na última quarta-feira.

- DN/LUSA

Odiretor do serviço de obstetríci­a do hospital de Setúbal, Pinto de Almeida, demitiu-se do cargo devido à falta de profission­ais que obrigou ao encerramen­to da urgência nesta semana, revelou ontem a Ordem dos Médicos.

Em declaraçõe­s à agência Lusa, o presidente da região sul da Ordem dos Médicos, Valentim Lourenço, disse ter tido conhecimen­to ontem de que o diretor do serviço de obstetríci­a do hospital de Setúbal havia colocado o lugar à disposição.

Apesar de não conhecer a carta de demissão, Valentim Lourenço adiantou que os motivos que levaram Pinto de Almeida a deixar o cargo “têm que ver com esta sucessão de eventos que culminaram com o encerramen­to da urgência”.

De acordo com o presidente da região sul da Ordem dos Médicos, há uma “incapacida­de de gerir uma urgência que tem de encerrar, que não tem pessoal suficiente”.

O Sindicato Independen­te dos Médicos (SIM) solidarizo­u-se, entretanto, com “os esforçados médicos de Setúbal, obrigados a fazer entre eles [quando já nem deveriam estar a fazer serviço de urgência] uma média de 120 horas semanais de trabalho extraordin­ário”.

A urgência de obstetríci­a do Hospital de São Bernardo, em Setúbal, teve de encerrar na quarta-feira, durante 24 horas, devido à falta de médicos desta especialid­ade. As grávidas foram encaminhad­as para os outros dois hospitais da região, designadam­ente o Hospital Garcia de Orta, em Almada, e o Centro Hospitalar Barreiro-Montijo.

Em declaraçõe­s à Lusa, o presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos disse que a urgência de obstetríci­a precisa “no mínimo de três especialis­tas presentes” para poder funcionar aberta ao exterior e com partos, no entanto, “em casos excecionai­s, a Ordem permite que haja dois especialis­tas e um interno dos últimos anos”.

“Não há, neste momento, segurança dentro da maternidad­e de Setúbal caso as equipas de urgência não tenham três pessoas”, reforçou Alexandre Valentim Lourenço. Em 17 de fevereiro de 2020, a Ordem dos Médicos já havia alertado para a possibilid­ade de encerramen­to da urgência de obstetríci­a do Hospital de São Bernardo, devido à saída de cinco médicos daquele serviço.

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