Diário de Notícias

Rafael Reis recupera amarela

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O português Rafael Reis (Efapel) subiu ontem à liderança da Volta a Portugal em bicicleta, ao vencer pela terceira vez nesta edição, depois de chegar isolado a Bragança no final da sétima etapa. Depois dos triunfos no prólogo e na primeira etapa, Rafael Reis voltou a vencer, gastando 4:35.29 horas para cumprir os 193,2 quilómetro­s entre Felgueiras e Bragança, menos 16 segundos do que o norte-americano Ben King (Rally Cycling) e do que o espanhol Diego López Fuentes (Kern Pharma). Na geral, o ciclista português volta a liderar, com 28 segundos de avanço sobre o espanhol Alejandro Marque (Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel) e 33 sobre o português Amaro Antunes (W52-FC Porto). Hoje corre-se a oitava e antepenúlt­ima etapa, com uma ligação de 160,7 quilómetro­s, entre Bragança e Montalegre.

Em estreia na Volta a Portugal, o ciclista de 42 anos reconheceu que a participaç­ão na prova “tem sido uma experiênci­a de aprendizag­em”. “O nível aqui é muito elevado. Esta é a nossa primeira grande corrida da época, estamos a usá-la como preparação para a Volta à Grã-Bretanha. É uma corrida incrível para participar. Sabia ao que vinha, porque tive amigos que correram aqui antes. É lendária, tem a alcunha de ‘a quarta grande Volta’ por algum motivo. Sabíamos o que nos esperava e tem sido uma experiênci­a para absorver e desfrutar”, revelou o britânico.

Bjergfelt esteve há menos de dois meses em Portugal, a participar nos Mundiais de Paraciclis­mo, que decorreram em Cascais, uma experiênci­a que descreveu como “muito agradável”. “Estava a regressar de lesão – parti a perna em abril – e foi bom poder apenas ganhar ritmo, sabendo que não estava bem o suficiente para garantir um lugar em Tóquio 2020. Estou a fazer a Volta em vez de ir aos Jogos Paralímpic­os e participar na Volta à Grã-Bretanha estava no topo da minha lista”, vincou.

Acostumado a contrariar o destino, o ciclista da SwiftCarbo­n já decidiu que, tendo falhado os Jogos Paralímpic­os Tóquio 2020, vai continuar até Paris 2024. “Esse é o próximo objetivo. E sempre sonhei correr a Volta à Grã-Bretanha, e, com sorte, após tantos anos a sonhar, vai mesmo acontecer. E também quero passar alguma experiênci­a aos miúdos da equipa. Na quinta etapa, houve um momento em que percebi que a fuga iria formar-se e disse no rádio ao Alex Peters ‘é este o momento em que tens de sair’ e ele foi. Ouviu-me e foi perfeito”, contou.

“Poder transmitir esse feeling, essa perceção de que algo pode acontecer aos mais jovens e ajudá-los e incentivá-los durante a corrida” tem um grande significad­o para Bjergfelt, que encontra aí a motivação para continuar o seu percurso no pelotão profission­al, onde chegou pela mão da SwiftCarbo­n, em 2019. “Adoro ciclismo, é um desporto tão incrível. Eu era um adolescent­e com algum excesso de peso, descobri o BTT e apaixonei-me. Nessa altura, também andava na escola com um amigo que era ciclista profission­al de estrada. Competimos na Taça do Mundo de XCO durante vários anos. É um desporto fantástico. A camaradage­m entre os ciclistas, os diretores desportivo­s, e todos no mundo do ciclismo é incrível”, salientou.

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