Diário de Notícias

Samsung desdobra-se em ecrãs que se dobram

Marca sul-coreana apresentou dois novos telefones com ecrã dobrável, no que representa um reforço da aposta nesta tecnologia. Aparelhos vocacionad­os para mercados bem diferentes.

- TEXTO RICARDO SIMÕES FERREIRA

Adobrávelt­erceira geração de smartphone­s com ecrã

da Samsung foi lançada esta quarta-feira e promete resolver um dos maiores problemas que estes modelos sempre apresentar­am: a fragilidad­e.

Não resolvem, no entanto, outra das reclamaçõe­s de muitos clientes: o elevado preço. Mas mesmo assim houve um esforço nesse sentido. Já voltaremos a esse assunto.

O Samsung Galaxy Z Fold3, o novo topo de gama da marca sul-coreana, vem de alguma forma substituir dois modelos: o Note, que não tem substituto este ano – quem quiser um smartphone tradiciona­l tem a opção do S21, também apresentad­o neste dia ou simplesmen­te comprar os Note 20 ou Note 20 Ultra do ano passado; e o anterior dobrável Fold2.

Este Fold3 posiciona-se como uma máquina de produtivid­ade, ao adotar suporte para a caneta S Pen (utilizada no Note) e, como referido, houve melhoria de materiais numa tentativa de aumentar a durabilida­de do aparelho.

Isto porque uma das principais queixas dos utilizador­es dos primeiros modelos foi o aparecimen­to de rachas na dobra.

Neste modelo, a película que protege o ecrã principal (o que se dobra) é, anuncia o fabricante, 80% mais resistente do que o seu antecessor.

Além disso, houve modificaçõ­es na dobradiça, de forma a suavizar um pouco a forma como o aparelho se dobra, esperando com isso reduzir o impacto estrutural do mesmo com o manuseamen­to. Segundo a Samsung, o alumínio utilizado é também 10% mais resistente.

Depois, no ecrã exterior do aparelho, a Samsung utilizou o novo Gorilla GlassVictu­s, um vidro que promete sobreviver a uma queda de cerca de 12 metros. É o primeiro fabricante a utilizar esta tecnologia.

Debaixo do ecrã

O novo Fold3 é ainda à prova de água – tem certificad­o IPX8, o que quer dizer que poderá ser submerso durante pelo menos 30 minutos sem que nada lhe aconteça.

A máquina, que é alimentada por uma bateria de 4400 mAh, tem um processado­r Snapdragon 888, da Qualcomm, e 12 GB de RAM. A capacidade de armazename­nto é opcional: vem com 256 ou 512 GB. O ecrã agora é de 120Hz de refrescame­nto.

Também escondida sob o ecrã principal está uma das câmaras. Pela primeira vez num destes aparelhos, a Samsung optou por utilizar a tecnologia under-display. O resultado é um duplo compromiss­o: por um lado, esta câmara é pouco potente – apenas 4 megapíxeis – mais do que suficiente para videochama­das ou reuniões por Zoom, mas não será de esperar selfies brilhantes; por outro, o local da câmara no ecrã, apesar de estar “disfarçado”, não deixa de ser percetível. E é daquelas coisas... depois de se dar por ele, é impossível não o ver...

Em todas as fotos do aparelho aberto já divulgadas (a não ser que tenham ido a Photoshop), é impossível não reparar que está ali um “buraco tapado”. Talvez algumas pessoas se esqueçam de que ele lá está – é sem dúvida essa a ideia da Samsung –, mas decididame­nte a tecnologia under-display ainda não está aprimorada.

Já a câmara principal do aparelho, de 12 megapíxeis, não deverá deixar nada a desejar – apesar de haver sensores com maior resolução no mercado, é de lembrar que a qualidade final da foto não depende apenas da quantidade de píxeis do chip.

Existe ainda uma selfie-cam de 10 megapíxeis no ecrã frontal do aparelho, aquele que se usa quando este está fechado (dobrado).

Quanto ao preço, o Fold3 é proposto por 1869 ou 1960 euros (256 ou 512 Mb de memória), estando já disponível em pré-reserva para entrega ainda este mês. Um preço elevado, mas que ainda assim é um pouco mais baixo do que as primeiras gerações deste tipo de modelo, que superavam os 2000 euros.

E agora na vertical

O mesmo processado­r, câmara principal e selfie-cam são instalados na outra proposta dobrável que a Samsung lançou no mesmo dia, o Z Flip3. Também o display passou a ser de 120Hz.

Tal como na geração anterior, aqui concretiza-se o conceito inverso do Fold: enquanto este se abre como um livro para se transforma­r num tablet, o Flip é uma concha cujo ecrã principal cobre todo o interior.

Do lado de fora existe um pequeno ecrã secundário, ao lado das duas objetivas da câmara principal, para mostrar notificaçõ­es ou outras informaçõe­s úteis (que música está a tocar, por exemplo) sem ter de abrir o telefone para as consultar.

No interior da máquina encontramo­s 8 GB de RAM, temos em opção 128 ou 256 GB de armazename­nto, tudo alimentado por uma bateria de 3300 mAh. E não existe suporte para a caneta S Pen.

O que há é capas em diferentes cores, algumas com argola tipo porta-chaves, que ficam mesmo a matar neste tipo de aparelho...

Porque basta olhar para um Fold para ouvir “trabalho, produtivid­ade!”, já um relance para o Flip faz apetecer meter os fones nos ouvidos e ir passar bons momentos com os amigos. E mostrar-lhes o brinquedo novo que custou pelo menos 1100 euros...

Escondida sob o ecrã principal está uma das câmaras. Pela primeira vez num destes aparelhos, a marca usa a tecnologia under-display.

 ??  ?? Desdobrado, como um tablet, com a caneta S Pen, o Fold é uma máquina de produtivid­ade. Mas o buraco “escondido” da câmara under-display, depois de se ver... não se consegue “desver”.
Desdobrado, como um tablet, com a caneta S Pen, o Fold é uma máquina de produtivid­ade. Mas o buraco “escondido” da câmara under-display, depois de se ver... não se consegue “desver”.
 ??  ?? O Fold3 com dois ecrãs, três câmaras e agora suporte para a caneta S Pen.
O Fold3 com dois ecrãs, três câmaras e agora suporte para a caneta S Pen.
 ??  ?? O Z Flip3 é uma abordagem totalmente diferente à do Fold. Um smartphone jovem, urbano, que convida a sair e viver.
O Z Flip3 é uma abordagem totalmente diferente à do Fold. Um smartphone jovem, urbano, que convida a sair e viver.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal