Samsung desdobra-se em ecrãs que se dobram
Marca sul-coreana apresentou dois novos telefones com ecrã dobrável, no que representa um reforço da aposta nesta tecnologia. Aparelhos vocacionados para mercados bem diferentes.
Adobrávelterceira geração de smartphones com ecrã
da Samsung foi lançada esta quarta-feira e promete resolver um dos maiores problemas que estes modelos sempre apresentaram: a fragilidade.
Não resolvem, no entanto, outra das reclamações de muitos clientes: o elevado preço. Mas mesmo assim houve um esforço nesse sentido. Já voltaremos a esse assunto.
O Samsung Galaxy Z Fold3, o novo topo de gama da marca sul-coreana, vem de alguma forma substituir dois modelos: o Note, que não tem substituto este ano – quem quiser um smartphone tradicional tem a opção do S21, também apresentado neste dia ou simplesmente comprar os Note 20 ou Note 20 Ultra do ano passado; e o anterior dobrável Fold2.
Este Fold3 posiciona-se como uma máquina de produtividade, ao adotar suporte para a caneta S Pen (utilizada no Note) e, como referido, houve melhoria de materiais numa tentativa de aumentar a durabilidade do aparelho.
Isto porque uma das principais queixas dos utilizadores dos primeiros modelos foi o aparecimento de rachas na dobra.
Neste modelo, a película que protege o ecrã principal (o que se dobra) é, anuncia o fabricante, 80% mais resistente do que o seu antecessor.
Além disso, houve modificações na dobradiça, de forma a suavizar um pouco a forma como o aparelho se dobra, esperando com isso reduzir o impacto estrutural do mesmo com o manuseamento. Segundo a Samsung, o alumínio utilizado é também 10% mais resistente.
Depois, no ecrã exterior do aparelho, a Samsung utilizou o novo Gorilla GlassVictus, um vidro que promete sobreviver a uma queda de cerca de 12 metros. É o primeiro fabricante a utilizar esta tecnologia.
Debaixo do ecrã
O novo Fold3 é ainda à prova de água – tem certificado IPX8, o que quer dizer que poderá ser submerso durante pelo menos 30 minutos sem que nada lhe aconteça.
A máquina, que é alimentada por uma bateria de 4400 mAh, tem um processador Snapdragon 888, da Qualcomm, e 12 GB de RAM. A capacidade de armazenamento é opcional: vem com 256 ou 512 GB. O ecrã agora é de 120Hz de refrescamento.
Também escondida sob o ecrã principal está uma das câmaras. Pela primeira vez num destes aparelhos, a Samsung optou por utilizar a tecnologia under-display. O resultado é um duplo compromisso: por um lado, esta câmara é pouco potente – apenas 4 megapíxeis – mais do que suficiente para videochamadas ou reuniões por Zoom, mas não será de esperar selfies brilhantes; por outro, o local da câmara no ecrã, apesar de estar “disfarçado”, não deixa de ser percetível. E é daquelas coisas... depois de se dar por ele, é impossível não o ver...
Em todas as fotos do aparelho aberto já divulgadas (a não ser que tenham ido a Photoshop), é impossível não reparar que está ali um “buraco tapado”. Talvez algumas pessoas se esqueçam de que ele lá está – é sem dúvida essa a ideia da Samsung –, mas decididamente a tecnologia under-display ainda não está aprimorada.
Já a câmara principal do aparelho, de 12 megapíxeis, não deverá deixar nada a desejar – apesar de haver sensores com maior resolução no mercado, é de lembrar que a qualidade final da foto não depende apenas da quantidade de píxeis do chip.
Existe ainda uma selfie-cam de 10 megapíxeis no ecrã frontal do aparelho, aquele que se usa quando este está fechado (dobrado).
Quanto ao preço, o Fold3 é proposto por 1869 ou 1960 euros (256 ou 512 Mb de memória), estando já disponível em pré-reserva para entrega ainda este mês. Um preço elevado, mas que ainda assim é um pouco mais baixo do que as primeiras gerações deste tipo de modelo, que superavam os 2000 euros.
E agora na vertical
O mesmo processador, câmara principal e selfie-cam são instalados na outra proposta dobrável que a Samsung lançou no mesmo dia, o Z Flip3. Também o display passou a ser de 120Hz.
Tal como na geração anterior, aqui concretiza-se o conceito inverso do Fold: enquanto este se abre como um livro para se transformar num tablet, o Flip é uma concha cujo ecrã principal cobre todo o interior.
Do lado de fora existe um pequeno ecrã secundário, ao lado das duas objetivas da câmara principal, para mostrar notificações ou outras informações úteis (que música está a tocar, por exemplo) sem ter de abrir o telefone para as consultar.
No interior da máquina encontramos 8 GB de RAM, temos em opção 128 ou 256 GB de armazenamento, tudo alimentado por uma bateria de 3300 mAh. E não existe suporte para a caneta S Pen.
O que há é capas em diferentes cores, algumas com argola tipo porta-chaves, que ficam mesmo a matar neste tipo de aparelho...
Porque basta olhar para um Fold para ouvir “trabalho, produtividade!”, já um relance para o Flip faz apetecer meter os fones nos ouvidos e ir passar bons momentos com os amigos. E mostrar-lhes o brinquedo novo que custou pelo menos 1100 euros...
Escondida sob o ecrã principal está uma das câmaras. Pela primeira vez num destes aparelhos, a marca usa a tecnologia under-display.