Diário de Notícias

Lula: o país “não merece ser governado por um genocida”

Antigo presidente brasileiro e putativo recandidat­o ao cargo foi duro nas críticas a Jair Bolsonaro, fazendo questão de lhe chamar “aquele cidadão”.

- DN/LUSA

Luiz Inácio Lula da Silva, antigo presidente brasileiro e líder do Partido dos Trabalhado­res (PT), criticou ontem o atual chefe do Estado Jair Bolsonaro, afirmando que tentará impedir o país de continuar a ser governado por “um genocida”.

“[O Brasil] não merece ser governado por um genocida como é governado hoje. A humilhação que o Brasil está a sofrer perante o mundo não é possível”, afirmou Lula da Silva, durante a apresentaç­ão em São Paulo de um livro sobre os seus processos judiciais.

Aquele que é tido como principal rival de Bolsonaro nas eleições presidenci­ais de 2022 – e que lidera as sondagens para o escrutínio – também disse que o Presidente brasileiro foi eleito graças ao seu discurso de ódio à política, apesar de “ter vivido toda a sua vida como político”, seja como vereador ou como deputado.

Lula também criticou a gestão do executivo brasileiro da crise sanitária, económica e social provocada pela pandemia do novo coronavíru­s, que Jair Bolsonaro repetidame­nte minimizou e cujas possíveis omissões estão a ser investigad­as pelo Senado. E fez questão de não mencionar o nome do líder do governo: “Aquele cidadão não cuidou da pandemia, da fome, do emprego, dos salários e adotou a velha política da pior espécie que um presidente pode relacionar ao Congresso Nacional”, acusou.

Nesse sentido, o ex-dirigente sindical criticou o chefe de Estado por abraçar “a velha política” que prometeu enterrar e as recentes alianças entre o governo e o chamado “centrão”, grupo heterogéne­o de formações de centro e de direita que controla o parlamento e tem participad­o de todos os governos que o país teve, inclusive de Lula da Silva. “O que estamos vendo hoje é simplesmen­te terrível na relação política entre o executivo e o legislativ­o”, disse.

O ex-chefe de Estado também criticou os diversos processos judiciais a que foi submetido, que culminaram em duas condenaçõe­s por corrupção e pelas quais passou 580 dias na prisão, afirmando que não foram nada mais que uma “tentativa de destruir a esquerda brasileira”.

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Lula da Silva na apresentaç­ão do livro Memorial da Verdade, ontem, em São Paulo.

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