Em 2011, a então administração da CP, em vez de modernizar o material circulante, preferiu alugar composições de 1981 a Espanha e que consomem mais gasóleo.
caixas de ar condicionado no tejadilho fazem lembrar umas bossas. As composições da série 592 foram entregues à Renfe entre 1981 e 1984, tendo circulado três décadas em Espanha.
As “camelas” substituíram as automotoras a diesel UDD 600 da CP, que circularam mais de três décadas nas linhas do Minho, Douro, Oeste e Algarve.
Em 2011, a então administração da transportadora, em vez de modernizar o material circulante, preferiu alugar a Espanha composições que consomem mais gasóleo, cujo cheiro é sentido no interior das composições em alguns casos.
Na altura, a CP rejeitou a proposta da empresa de manutenção EMEF para dar uma nova vida às UDD 600, por um valor próximo dos dois milhões de euros por cada uma das 15 unidades. A recusa deveu-se à dificuldade em instalar o sistema de ar condicionado e os problemas de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida – por causa dos degraus. As UDD 600 acabaram por ser abatidas em 2015.
Ao invés, a empresa preferiu pagar cinco milhões de euros logo em 2011 para alugar comboios a Espanha, segundo o Público.
Os pagamentos aumentaram para sete milhões de euros nos anos seguintes. Em 2019, a fatura subiu para mais de oito milhões de euros por ano porque, no pico da crise de comboios avariados, no ano anterior, a gestão da CP da altura reforçou de 20 para 24 as composições espanholas.
A fatura dos contratos com Espanha vai diminuir nos próximos anos porque a atual administração da CP prefere recuperar material circulante encostado. Por exemplo, as carruagens Schindler são rebocadas por locomotivas a gasóleo e servem para o serviço inter-regional na linha do Douro.
A renovação das composições também permite à CP aproveitar a eletrificação de toda a linha do Minho, com comboios regionais realizados por automotoras elétricas UTE 2240 e locomotivas Alstom da série 2600 a rebocar carruagens Corail no serviço inter-regional.