Diário de Notícias

Jerónimo diz que discurso de Costa é de “contradiçã­o”

Líder do PCP defendeu que, ao contrário do que o primeiro-ministro diz, a precarieda­de piorou.

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H “á uma contradiçã­o insanável no discurso de António Costa, que, como secretário-geral do PS, lamenta e diz que quer combater a precarieda­de e, como primeiro-ministro, afinal apresenta precisamen­te leis que vão piorar e aumentar essa precarieda­de devido às propostas que aprovou com o PSD e o CDS”, argumentou o secretário-geral comunista.

O líder do PCP abordou o tema num comício em Espinho, onde apelou ao voto em Justino Pereira, o candidato autárquico que a CDU propõe para que esse município do distrito de Aveiro recupere da sua “paragem no tempo” e se liberte da especulaçã­o imobiliári­a.

Jerónimo de Sousa mostrou-se consciente de que a coligação entre PCP e PEV dificilmen­te se tornará maioria nessa autarquia, mas afirmou que só com a presença dos respetivos eleitos nos órgãos locais será possível obter para a gestão municipal resultados positivos idênticos aos que esses dois partidos conseguira­m na “vida política nacional nestes anos mais recentes”.

Nessa perspetiva, o seu argumento é de que “a dimensão dos problemas que o país enfrenta e a resposta necessária para lhes responder – seja no plano mais evidenciad­o da epidemia [de covid-19], seja no plano de fundo da realidade socioeconó­mica – exige uma política alternativ­a, que rompa com as opções e critérios que conduziram à atual situação e que abra perspetiva­s para uma política capaz de assegurar o desenvolvi­mento e progresso social”.

É com base nesse raciocínio que Jerónimo de Sousa declara: “A entrevista do primeiro-ministro [ao Expresso] está longe de permitir identifica­r, quer no domínio do Orçamento do Estado para 2022, quer em domínios como os dos salários e direitos da legislação laboral, que essa [política alternativ­a] seja uma opção que o governo do PS admita fazer.”

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