Diário de Notícias

VACINAÇÃO

Gouveia e Melo era um homem feliz no primeiro dia da vacinação dos mais novos, que ultrapasso­u os agendament­os.

- TEXTO CÉU NEVES

Os residentes em Portugal com idades entre os 12 e os 15 anos representa­m quase 410 mil. Para muitos deles, este sábado foi o primeiro dia do resto das suas vidas na proteção contra o SARS-CoV-2, pois mais de 29 % levaram a primeira dose da vacina. Muitos milhares respondera­m ao apelo das autoridade­s e dos especialis­tas para se vacinarem, o que emocionou pelo menos um militar: o vice-almirante Gouveia e Melo. No final, disse ao DN: “Este dia supera em muito as expectativ­as, uma vez que estavam agendados, para todo o fim de semana, cerca de 110 mil, e a previsão é que se ultrapasse os 120 mil no primeiro dia.”

Marcaram a vacina para este fim de semana 110 mil pessoas com idades entre os 12 e os 15 anos, muitos outros foram chamados para agendar , a que se juntaram os que apareceram através da modalidade “casa aberta”. Esta funciona segundo o horário de cada centro de vacinação e mediante uma senha (retirada via internet ou no local).

O Instituto Nacional de Estatístic­a estima que residam 409.873 pessoas entre os 12 e os 15 anos de idade no país. O coordenado­r da task force acompanhou o processo visitando muitos dos Centros de Vacinação Covid (CVC) e constatou que não se confirmava um dos seus receios: o de que muito jovens faltassem dado estarmos em agosto, mês de férias por excelência.

“Não estava à espera. Já visitei muitos pavilhões, mas julgo que os problemas recentes fizeram com que os pais também tomassem mais consciênci­a deste processo. Acho que estes aplausos foram mais para me animar e eu agradeço imenso e fico comovido”, disse Gouveia e Melo quando visitou o Centro de Vacinação de Alcabidech­e, em Cascais.

Uma referência à forma como foi recebido, num ambiente completame­nte diferente ao que viveu há uma semana em Odivelas, quando um grupo de manifestan­tes antivacina­ção insultou o coordenado­r da task force, empunhando cartazes e gritando : “Assassino.” Neste sábado, na visita ao Centro de Vacinação de Alcabidech­e, foi bem diferente. Chegou ao fim da manhã a um pavilhão repleto de jovens acompanhad­os pelos pais e foi recebido com aplausos.

Lá dentro, Maria Santos, 13 anos, não conseguia esconder a ansiedade. “Estou um bocado nervosa, mas confiante”, confessou à agência Lusa. A mãe, Ana Cardoso, sublinhava que este processo é essencial. “Vamos criar segurança para a vacinação e proteger as nossas crianças, agora que as aulas vão iniciar-se, em setembro. Este é um passo importante.”

Já no período de recobro de 30 minutos após a vacina, Afonso Pereira, 14 anos, estava satisfeito. “Pensei que ia doer mais, mas não doeu. Quase não senti. Cada vez mais queremos voltar a socializar e a vacina é muito importante.Vinha com uma ótima expectativ­a e correu bem”. Segundo a mãe, Vânia Andrade, o rapaz nem precisou de ser convencido. E concorda: “Acho que é uma proteção para eles e para nós. Dúvidas todos nós temos, mas eu guio-me por aquilo que os médicos dizem, e por isso sempre estive tranquila.”

Jovens que encheram de orgulho Gouveia e Melo. “Este é o quarto centro de vacinação em que passo, e estão cheios. As pessoas vêm em massa para a vacinação. O que é que eu posso dizer? Estou emocionado”, repetiu.

Os jovens têm levado a primeira dose da Pfizer, estando a segunda marcada para 11 e 12 de setembro. Os que não conseguire­m vacinar-se neste fim de semana, podem fazê-lo no próximos dias 28 e 29 de agosto. O autoagenda­mento para essas datas decorre até sábado e abrange também a faixa dos 16 e 17 anos. O objetivo é concluir o processo de vacinação dos jovens até ao dia 19 de setembro, perto do início do ano letivo, quando serão inoculadas as segundas doses do próximo ‘turno’.

Até esta sexta-feira estava totalmente vacinada 70,6 % da população portuguesa, o que levou o governo a antecipar algumas das medidas de desconfina­mento.

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