Diário de Notícias

Mapa-múndi

- TEXTO SUSANA SALVADOR

Nova Iorque já tem a sua primeira mulher governador­a, a corrida para suceder a Angela Merkel na Alemanha está renhida e nas Filipinas Rodrigo Duterte anuncia candidatur­a a vice-presidente. Ex-ditador do Chade morreu no Senegal, vítima de covid-19, e na Tunísia o Presidente continua com plenos poderes.

Áustria. Condenado ex-líder da extrema-direita

O ex-líder da extrema-direita austríaca e antigo vice-chanceler foi condenado a 15 meses de pena suspensa por corrupção, num caso relacionad­o com o Ibizagate. Heinz-Christian Strache, que rejeita as acusações, foi condenado por favorecer uma clínica privada em troca de 10 mil euros, que usou para financiar o Partido da Liberdade (FPÖ) e numas férias na Grécia. Em maio de 2019, a imprensa revelou um vídeo que mostrava Strache dois anos antes, em Ibiza, a oferecer contratos públicos à suposta sobrinha de um oligarca russo (era uma armadilha) em troca de dinheiro para a campanha.

EUA. Hochul sucede a Cuomo em Nova Iorque

Kathy Hochul, de 62 anos, tomou posse na terça-feira como governador­a de Nova Iorque, a primeira mulher a ocupar esse cargo depois da oficializa­ção da demissão de Andrew Cuomo. O ex-governador demitiu-se por estar a ser investigad­o por assédio sexual, numa altura em que parecia certo que seria alvo de um impeachmen­t. Para o cargo de vice, que Hochul ocupava até então, foi nomeado o até agora senador estadual Brian A. Benjamin (ao

seu lado na foto). O mandato termina nas eleições de 2022, mas ela já disse que vai concorrer para ganhar nas urnas.

Alemanha. Corrida renhida e incerta na sucessão a Merkel

A menos de um mês das eleições alemãs, o cenário é cada vez mais incerto em relação a quem irá suceder à chanceler Angela Merkel, há 15 anos no poder. Esta semana, uma sondagem do instituto Forza colocou o Partido Social-Democrata, do ministro das Finanças e vice-chanceler Olaf Scholz, à frente das intenções de voto, com 23%. Isso não acontecia desde 2006. A aliança conservado­ra da CDU de Merkel com os aliados bávaros da CSU, que concorre com Armin Laschet, surgia com 22%. Os Verdes, com Annalena Baerbock, surgem em terceiro, com 18%, dois pontos acima do Partido Liberal de Christian Lindner. A extrema-direita do Alternativ­a para a Alemanha tem 10% e o Die Linke (esquerda) cerca de 6%. As eleições são a 26 de setembro.

Tunísia. Saïed prorroga suspensão do Parlamento

O Presidente da Tunísia, Kaïs Saïed, prorrogou esta semana, e “até nova ordem”, a suspensão do Parlamento, que decretara no dia 25 de julho, quando também demitiu o primeiro-ministro (ainda não nomeou um sucessor). O ex-professor de Direito Constituci­onal usou o artigo 80 da Constituiç­ão, previsto para quando há “perigo iminente” para a segurança nacional, tendo empreendid­o uma espécie de purga anticorrup­ção entre políticos e empresário­s, estando alguns impedidos de deixar o país ou até em prisão domiciliár­ia. Opositores falam em golpe de Estado, mas a população está do lado do Presidente.

Afeganistã­o. Retirada sangrenta de Cabul

Um bombista suicida fez-se explodir no meio da multidão que aguarda, no exterior do aeroporto de Cabul, por um voo para poder sair do Afeganistã­o, onde os talibãs voltaram ao poder. O atentado sangrento deixou quase 200 mortos, incluindo 13 militares norte-americanos, naquele que foi o dia mais mortífero para as tropas dos EUA em 10 anos. O Presidente norte-americano, Joe Biden, prometeu perseguir os responsáve­is – o grupo terrorista Estado Islâmico – Estado de Khorasan, inimigos também dos talibãs –, mas mantém a retirada até 31 de agosto.

Chade. Morreu o ex-ditador Hissène Habré

O ex-ditador do Chade Hissène Habré, o primeiro antigo líder africano condenado por crimes contra a humanidade, morreu no Senegal, vítima de covid-19. Tinha 79 anos. Habré foi Presidente entre 1982 e 1990, aquando foi derrubado e se exilou em Dacar, onde seria condenado a prisão perpétua em maio de 2016, após um julgamento sem precedente­s. Estima-se em 40 mil o número de vítimas mortais da repressão do seu regime. Foi enterrado no Senegal.

Rússia. Navalny fala em ”violência psicológic­a”

O opositor russo Alexei Navalny, detido na colónia penal de máxima segurança de Pokrov, diz ser vítima de “violência psicológic­a” digna de um “campo de trabalho chinês”. Numa entrevista dada ao The New York Times por carta, disse que os trabalhos forçados dos antigos

gulag soviéticos foram substituíd­os pela propaganda e a lavagem cerebral, já que é forçado a assistir a oito horas de televisão estatal russa todos os dias. “Tenho de me sentar numa cadeira e ver televisão; ler, escrever ou fazer qualquer outra coisa é proibido”, indicou. Navalny, de 45 anos, foi detido em janeiro, no regresso a Moscovo, cinco meses após ter sido envenenado com um gás nervoso – acusa o Kremlin de estar por detrás do ataque, mas este nega.

Filipinas. Duterte será candidato a vice

O Presidente das Filipinas, impedido de concorrer a um novo mandato (a Constituiç­ão só permite um de seis anos), anunciou que vai ser candidato a vice nas eleições de 2022. “Vou continuar a minha cruzada. Estou preocupado com a rebelião, com a criminalid­ade e com as drogas”, disse Rodrigo Duterte, que pode vir a ser investigad­o pelo Tribunal Penal Internacio­nal pela morte de dezenas de milhares de pessoas na sua “guerra às drogas”. A eleição para Presidente é independen­te da de vice-presidente, sendo que este substitui o primeiro em caso de renúncia. A oposição acusa-o de querer ficar no poder obrigando um eventual aliado que seja eleito para chefe de Estado a renunciar a seu favor.

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