De googol a Google
Larry Page e Sergey Brin, dois jovens de doutoramento da Universidade Stanford, na Califórnia, criaram em 1996 um motor de pesquisa, alojado na instituição de ensino que frequentavam. O BackRrub, como foi denominado, pesquisava na rede, avaliava a sua pertinência e relacionava Em 1997, a ferramenta de pesquisa mudou de nome. Como premissa, uma designação que remetesse o utilizador para uma imensa indexação de dados.
e termos cunhados na primeira metade do século XX pelo matemático Edward Kasner, mereceram disputa. Venceu embora com um erro de registo: google.com.
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uma classificação de números. Na época, o número maior cifrava-se em 104 (ou seja, 10 mil), a miríade dos gregos. Para Arquimedes, empenhado em preencher o universo com grãos de areia, era pouco. O matemático apresentou então os números de primeira ordem, ou seja, a miríade de miríades, correspondente a 100 milhões; os de segunda ordem, correspondentes à multiplicação de 100 milhões por 100 milhões (108x108) e assim sucessivamente. Para calcular o número de grãos que acomodaria no universo, o grego estimou um número de oitava ordem, ou seja (108)8=1064. Grande, mas ainda não suficientemente robusto para as ambições de Arquimedes que das ordens passou para os períodos. Na sua representação decimal o primeiro período corresponde ao 1 a que se seguem 800 milhões de zeros. Kasner iria apreciar, Carnera teria, por certo, matéria para exercitar os bíceps. Estima-se que a representação fixa da multidão de zeros do primeiro período de Arquimedes preencheria 300 mil páginas.
Do século III a.C., para o nosso século XXI, mas com o sabor da homenagem aos idos da centúria anterior, a 1 de março de 2020, o designer holandês Daniel de Bruin comemorou o seu trigésimo segundo ano de vida, o que corresponde, aproximadamente, a mil milhões de segundos sobre o planeta Terra. Bruin quis fazê-lo com arte, ao criar um mecanismo com um sistema de engrenagens, que representa um googol, neste caso a expressão física da passagem do tempo presente e futuro. Para cada dez rotações em cada uma das cem engrenagens do engenho, a que lhe está mais próxima executa apenas uma rotação e assim sucessivamente. Ou seja, por cada mil rotações da primeira engrenagem, a segunda gira cem entalhes, a terceira dez, a quarta um. Calcula-se que, se o engenho girasse à velocidade improvável de 300 mil voltas por minuto, o número de evoluções em 50 anos corresponderia ao número 1 seguido de 12 zeros.