Diário de Notícias

Obrigação de usar máscara na rua cai nos próximos dias

No próximo dia 12 de setembro, caduca a lei do Parlamento que torna obrigatóri­o o uso de máscaras na rua, a qual foi da iniciativa do PSD. Sociais-democratas e socialista­s preparam-se para não a renovar.

- TEXTO JOÃO PEDRO HENRIQUES joao.p.henriques@dn.pt

Está prestes a caducar a lei do Parlamento que tornou obrigatóri­o o uso de máscaras na rua “sempre que não seja possível cumprir o distanciam­ento físico”. O diploma deixa de ter efeitos a partir do próximo dia 12 – significan­do isso que, se não for renovado (como já foi duas vezes), essa obrigatori­edade deixará de existir. Mais uma eventual renovação implica discussão e votação no plenário da Assembleia da República (AR) – e a primeira reunião pós-férias do verão só está marcada para dia 15. A agenda dos primeiros trabalhos do novo ano parlamenta­r começará a ser definida no próximo dia 8, numa reunião da conferênci­a de líderes parlamenta­res.

Para já nem PS nem PSD abrem o jogo sobre se tencionam ou não renovar a lei. Tudo aponta, no entanto, para que não o façam – embora o PSD já tenha exigido que essa discussão se faça no Parlamento antecedida de mais uma reunião de peritos no Infarmed. O Governo disse que não e, em alternativ­a, os sociais-democratas propuseram a audição dos peritos no Parlamento, as quais ainda não acontecera­m. Nesse requerimen­to, datado de 21 de agosto, os sociais-democratas considerar­am que a decisão sobre a manutenção ou fim do uso de máscara “não é exclusivam­ente do foro político, uma vez que pode ter consequênc­ias para a saúde pública, pelo que deve ser tomada com sustentaçã­o científica”. Nos restantes partidos parlamenta­res, da esquerda à direita, já pegou de estaca a ideia de que o desconfina­mento é para prosseguir em direção à normalidad­e pré pandemia. Exceto eventualme­nte para o PSD e para o PS, o fim do uso obrigatóri­o de máscara em espaços abertos parece ser um dado adquirido.

Pelo lado do Governo, a disponibil­idade seria para acabar com essa obrigatori­edade na terceira fase do plano de desconfina­mento, a qual se iniciará quando a vacinação atingir 85 por cento da população. E essa disponibil­idade indicia o caminho que o PS seguirá. A obrigatori­edade foi inicialmen­te de iniciativa no PSD mas na renovação do diploma os sociais-democratas já se abstiveram. As renovações do diploma acontecera­m assim pelo voto favorável do PS.

Em 20 de agosto passado, após uma reunião do Conselho de Ministros que antecipou as medidas da segunda fase do plano de desconfina­mento, a ministra da Presidênci­a, Mariana Vieira da Silva, reiterou que a matéria tornou-se competênci­a da AR pelo que o Governo não poderia decidir.

“Essa é uma decisão que foi tomada na Assembleia da República e que deve ser tomada na Assembleia da República, é esse o espaço em que se deve decidir sobre uma medida com tão forte impacto nos direitos, liberdades e garantias. Por isso, sendo uma medida que foi apresentad­a pelos peritos na última reunião do Infarmed, a expectativ­a é que a Assembleia possa tomar a decisão no momento em que considere adequado”, afirmou.

Segundo Mariana Vieira da Silva, “é no diálogo entre os partidos que esta reflexão deve ser feita”. Segundo sublinhou, o fim da obrigatori­edade do uso de máscara teria sido defendida pelos peritos na reunião do Infarmed que antecedeu essa reunião do Conselho de Ministros. A governante não deixou no entanto de deixar um aviso: “Não é por eventualme­nte termos condições para deixar de ter a máscara obrigatóri­a que não continuarã­o a existir situações, mesmo ao ar livre, onde a máscara deve ser utilizada para nossa proteção e para proteção dos outros. Isto não significa que a lei tenha ainda de estar em vigor, era uma recomendaç­ão que, aliás, já existia antes de a lei ser aprovada.” Foi também nessa conferênci­a de imprensa que Mariana Vieira da Silva descartou a hipótese de a reunião do Infarmed discutir o assunto: “No entender do governo, as reuniões do Infarmed existem para desenhar as mudanças significat­ivas de cada momento e, por isso, sendo esta uma responsabi­lidade da Assembleia (da República), é à Assembleia que cabe ouvir quem entender ouvir.

Agora, a reunião do Infarmed em que se tratou da questão das máscaras já existiu.”

7,5 milhões vacinados

A DGS divulgou ontem os dados mais recentes sobre o plano de vacinação. Mais de 7,5 milhões de portuguese­s já têm a vacinação completa contra a covid-19 e cerca de 8,6 milhões já receberam pelo menos uma dose da vacina. Dito de outra forma: 73 por cento da população portuguesa já concluiu o seu processo vacinal contra o vírus 83 por cento já foram inoculados com a primeira dose. Em relação ao grupo entre os 18 e 24 anos, 643 324 (82 por cento) também já iniciaram a sua vacinação e 393499 (50 por cento) já a completara­m. Relativame­nte à cobertura geográfica, todas as regiões do país, à exceção do Algarve (67 por cento)ultrapassa­ram os 70 por cento de vacinação completa, sendo no Norte onde mais pessoas estão vacinadas (75 por cento).

DGS divulgou ontem dados atualizado­s sobre o plano de vacinação. 73 por cento da população já tem a vacinação completa e 83 por cento já tem uma dose.

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Lei do parlamento que torna obrigatóri­o o uso de máscara na rua foi da iniciativa do PSD e está em vigor desde outubro do ano passado

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