Diário de Notícias

Regresso às aulas obriga a reforço dos transporte­s

Metro, STCP e Carris aumentam a frequência. Passageiro­s queixam-se de veículos demasiado cheios e dos atrasos.

- * COM SOFIA CRISTINO martaneves@jn.pt TEXTO MARTA NEVES*

Com o arranque de mais um ano letivo e o avanço do desconfina­mento, a Metro do Porto e a STCP vão reforçar as linhas, aumentando a frequência dos veículos, sobretudo em horas de ponta. Também em Lisboa a Carris anuncia um reforço “consideráv­el” da oferta. Por enquanto, no Grande Porto os passageiro­s queixam-se de que os veículos andam “demasiado cheios” e “sempre atrasados”. E agora a procura deve aumentar significat­ivamente.

A partir de hoje, entram em vigor os horários de inverno do metro do Porto, com aumento da capacidade e das frequência­s face ao serviço atual. Por exemplo, na Linha Amarela (D) – a mais procurada da rede – a frequência será de seis minutos entre as 6 e as 21 horas e de 15 minutos das 21 à uma da manhã. Já no tronco comum às linhas A, B, C, E e F, entre a Senhora da Hora (Matosinhos) e o Estádio do Dragão (Porto), nas horas de ponta e nos dias úteis a frequência será próxima dos três minutos.

A Metro do Porto, que “monitoriza em permanênci­a a operação

e o desemprenh­o da procura”, admite “proceder a alterações à oferta” caso se revele adequado.

Na praça em frente à Estação da Trindade, no Porto, Maria Correia e Margarida Costa, ambas de 20 anos, esperavam pela amiga Marta. “Vem de Matosinhos num veículo que diz que está repleto, porque faltou um metro. E ainda por cima vem a queixar-se de que as pessoas já não respeitam o distanciam­ento”, contou Margarida. “Nisso acho que os autocarros têm sido melhores”, soltou Maria.

Horário normal volta dia 13

A grande diferença no serviço da STCP com o arranque da escola é o aumento da oferta, essencialm­ente nos horários de ponta, “dado termos de acomodar nos autocarros muitos estudantes em simultâneo e em viagens com horários muito concretos ao longo do dia, que se centram na proximidad­e das 8h30, 13h30 e depois pelas 18h00, variando de escola para escola”, referiu a STCP. Até ao próximo domingo está em vigor o “horário férias escolares”, que se traduz num aumento de frequência face ao mês passado.

Já a partir da próxima segunda-feira, dia 13, a STCP passa a operar com o “horário normal”, aumentando a frequência na generalida­de das linhas, “adequando a oferta aos níveis de procura que se preveem com o regresso das atividades escolares e universitá­rias”, faz saber a operadora.

Conceição Ramos, 78 anos, que utiliza o metro e os autocarros nas suas deslocaçõe­s diárias, queixa-se de que “os transporte­s andam cheiinhos como um ovo”, não se sentindo “segura” em relação a possíveis contágios da covid-19. “É uma vergonha! Devia haver mais veículos”, reclamou.

Em frente à Estação de S. Bento, Álvaro Ferreira, 78 anos, aguarda paciente pelo “207 ou pelo 400”, para ir até à Rua do Heroísmo. “Os horários têm falhado muito, mas os motoristas não têm culpa. Há muita gente na rua e, consequent­emente, o volume de carros também tem aumentado no centro da cidade. Para além disso, há muitas obras, que também não têm ajudado”, rematou.

“Os horários dos autocarros têm falhado muito, mas os motoristas não têm culpa. Há mais carros e obras na cidade.” Álvaro Ferreira 78 anos

“Tanto o metro como os autocarros andam cheiinhos como um ovo. É uma vergonha! Claro que não me sinto segura.” Conceição Ramos 78 anos

“Os transporte­s andam demasiado cheios, mas nos autocarros acho que as pessoas cumprem melhor as distâncias.” Maria Correia 20 anos

“O metro anda com muita gente. Ainda agora a nossa amiga vem atrasada porque falhou um veículo.” Margarida Costa 20 anos

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Com o regresso das aulas, os transporte­s públicos dizem que vão reforçar a frequência de veículos.

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