Portugal sai de Tóquio com dois bronzes e 23 diplomas
JOGOS PARALÍMPICOS Foi a pior participação desde 1972, mas a chefe de missão diz que sai satisfeita de uma competição díficil de preparar.
Portugal terminou os Jogos Paralímpicos Tóquio 2020 com duas medalhas de bronze, conquistadas pelos campeões europeus Miguel Monteiro e Norberto Mourão, e 23 diplomas, numa edição marcada pela ausência de medalhas lusas nas competições de boccia.
Os resultados em termos de medalhas ficam aquém das quatro acordadas no contrato-programa celebrado com o governo, número que, devido aos efeitos da pandemia de covid-19 na preparação, os responsáveis do Comité Paralímpico de Portugal (CPP) sempre alertaram ser difícil de alcançar.
No lançamento do peso da classe F40, para atletas de baixa estatuto, Miguel Monteiro, que chegou a Tóquio com o título europeu, conquistou o bronze, mas viu o seu recorde mundial ser batido três vezes.
Norberto Mourão, campeão europeu e vice-campeão mundial, deu a Portugal a primeira medalha na canoagem, com o bronze conseguido na prova de 200 metros VL2, depois de ter conseguido o apuramento direto para a final, evitando as ‘meias’.
No boccia, Portugal, que esteve representado por 10 atletas, fechou a participação sem medalhas nos torneios individuais e coletivos, o que aconteceu pela primeira vez desde que se estreou na modalidade, em 1984.
No torneio individual de BC1, André Ramos foi quarto, depois de ter cedido no jogo para atribuição do bronze, tal como sucedeu com a equipa BC1/BC2 e com o par BC4 nas provas coletivas.
Esta foi a prestação menos medalhada desde 1972, mas Leila Marques, chefe da missão lusa, diz que a comitiva saiu satisfeita. “Saímos satisfeitos, conseguimos duas medalhas, 23 diplomas e oito recordes nacionais. São resultados de relevo”, afirmou Leila Marques, destacando o facto de entre os 33 atletas 17 serem estreantes.
E lembrou que os resultados dos Jogos de Tóquio 2020 devem ser analisados tendo em conta o nível cada vez mais elevado da competição: “Foram uns Jogos supercompetitivos, houve provas nas quais o recorde do mundo caiu várias vezes.”
A chefe da missão portuguesa aos Jogos de Tóquio 2020, nos quais Portugal esteve representado em oito modalidades, estreando-se na canoagem e no badminton, admitiu ter sido “muito difícil preparar a competição”
“Os Jogos foram muito difíceis de preparar. Falamos de outro continente e de uma cultura muito particular. Além disso, a questão da pandemia criou novos obstáculos, foi preciso planear quase dia a dia e fazer alterações de última hora”, explicou.