Diário de Notícias

Roglic. Mais uma Vuelta para o ex-campeão de esqui

CICLISMO Esloveno venceu a Volta a Espanha pela terceira vez consecutiv­a, cerca de um mês depois do ouro nos Jogos de Tóquio 2020.

- TEXTO NUNO FERNANDES nuno.fernandes@dn.pt

Primoz Roglic ( Jumbo-Visma) confirmou ontem o favoritism­o e venceu a Volta a Espanha em bicicleta pela terceira vez consecutiv­a, num ano no qual também se sagrou campeão olímpico em Tóquio 2020. Para ser um 2021 perfeito faltou-lhe o Tour, mas uma queda impediu-o de lutar pela vitória com o seu compatriot­a Tadej Pogacar.

O esloveno terminou aVuelta em grande estilo, com uma vitória no contrarrel­ógio individual na 21.ª e última etapa. Roglic foi o mais rápido nos 33,8 km que ligaram Padrón a Santiago de Compostela, em 44.02 minutos, batendo o dinamarquê­s Magnus Cort Nielsen (EF Education-Nippo) por 14 segundos e o holandês Thymen Arensman (DSM) por 52, segundo e terceiro classifica­dos na derradeira tirada da 76.ª edição da Vuelta.

Nelson Oliveira (Movistar) foi o melhor português, ao terminar na 72.ª posição da geral, depois de ter concluído o contrarrel­ógio em 24.º, enquanto Rui Oliveira (UAE Emirates) foi 74.º posicionad­o, após o 68.º lugar no exercício individual. Enric Mas e Jack Haig foram segundo e terceiro classifica­dos da geral.

Roglic, de 31 anos, tornou-se no terceiro ciclista a vencer a Vuelta em três ocasiões, seguindo as pisadas do espanhol Roberto Heras (2003 a 2005), recordista de títulos na Vuelta, com quatro, e do suíço Tony Rominger (1992 a 1994).

O esloveno é um caso atípico na modalidade, pois só começou no ciclismo de alto nível em 2013, com 21 anos. Antes era um nome conhecido noutro desporto, uma das maiores promessas do seu país no esqui, onde chegou a vencer o Campeonato do Mundo de saltos de juniores em 2007. Só que uma lesão grave, na sequência de uma queda aparatosa, levou-o a uma ausência prolongada. E quando voltou resolveu mudar de modalidade, optando pelo ciclismo. E assim foi. Em 2011 deixou os desportos de inverno e em 2013 já corria pela Adria-Mobil.

Aquela Volta ao Algarve

Portugal, curiosamen­te, está cravado na carreira do esloveno. Isto porque em 2017 venceu a Volta ao Algarve em bicicleta. E naquela altura já ambicionav­a sonhos mais altos. “Vamos ver o que o futuro traz. Quero ser bom na montanha e no contrarrel­ógio. Estou ansioso por ter outras Voltas de uma semana como esta. Agora vou festejar. Há cinco anos, não imaginava que poderia estar aqui. Só via ciclismo na televisão e só podia aspirar a isto. Pode dizer-se que esta sensação é muito melhor”, referiu na altura, no Alto do Malhão.

Contratado pela Jumbo-Visma em 2016, estreou-se na Volta a França apenas no ano seguinte, tornando-se na altura no primeiro ciclista esloveno a triunfar numa etapa do Tour, feito que repetiria mais duas vezes. Fora vitórias em Voltas menos mediáticas e os três triunfos naVuelta, Roglic conta ainda três triunfos em etapas da Volta a Itália. E pensar que aos 20 anos nem sequer sonhava em sentar-se em cima de uma bicicleta...

Esloveno era uma promessa do esqui e chegou a ser campeão mundial de juniores. Uma lesão grave fê-lo abandonar e depois dedicou-se ao ciclismo.

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O esloveno na hora da consagraçã­o, depois de ter ganho o contrarrel­ógio na última etapa.

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