Diário de Notícias

MUNDIAL 2022

Clássico sul-americano foi interrompi­do pelas autoridade­s brasileira­s para impor isolamento a quatro argentinos. Decisão nas mãos da FIFA.

- TEXTO RUI FRIAS

Oinsólito aconteceu poucos minutos depois do pontapé de saída: o Brasil-Argentina foi suspenso quando um conjunto de elementos das autoridade­s sanitárias brasileira­s entrou em campo para impedir a participaç­ão de quatro jogadores argentinos, acusados de não terem cumprido o protocolo sanitário contra a covid-19 no clássico sul-americano de qualificaç­ão para o Mundial de 2022.

A intervençã­o aconteceu horas depois de as autoridade­s de saúde do Brasil terem dito que quatro jogadores da seleção da Argentina pertencent­es a clubes ingleses deveriam ser colocados em “quarentena imediata” por violarem os protocolos da covid-19.

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) brasileira, os jogadores da Premier League Giovani Lo Celso e Cristian Romero (Tottenham) e Emiliano Martinez e Emiliano Buendia (Aston Villa) forneceram “informaçõe­s falsas” ao entrar no Brasil, por não terem divulgado que passaram pelo Reino Unido nos 14 dias anteriores ao jogo .

Desses, Romero, Lo Celso e Martinez integravam o onze titular da Argentina que iniciou a partida deste domingo, até à interrupçã­o.

Ora, no Brasil, uma portaria governamen­tal de 23 de junho proíbe a entrada em território brasileiro de qualquer estrangeir­o do Reino Unido, Índia ou África do Sul, para evitar a disseminaç­ão de variantes do coronavíru­s.

“A ANVISA considera que esta situação representa um grave risco para a saúde e recomenda que as autoridade­s sanitárias locais (de São Paulo) ordenem a quarentena imediata dos jogadores, que estão proibidos de participar em qualquer atividade e de permanecer em território brasileiro”, informou a agência em comunicado ainda antes da partida.

Apesar disso, os jogadores integraram a comitiva argentina até ao palco do jogo, alegadamen­te com a autorizaçã­o da Conmebol, confederaç­ão sul-americana. O jogo foi suspenso após a ação das autoridade­s de saúde brasileira­s, e a Conmebol diz que caberá à FIFA decidir sobre a situação.

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