Rumo ao Qatar, Portugal lidera grupo A após ganhar 3-0 ao Azerbaijão
A seleção nacional venceu o Azerbaijão, em Baku, por 3-0, e segue na frente do Grupo A. Bernardo Silva, André Silva e Diogo Jota marcaram num jogo sem golos sofridos.
Sem Cristiano Ronaldo, a lei do golo na seleção nacional ganha um cariz mais democrático como se viu ontem na vitória por 3-0, em Baku, frente ao Azerbaijão. Com uma frente de ataque alternativa, formada por Bernardo Silva, André Silva e Diogo Jota, mas super eficaz, Portugal conseguiu um triunfo tranquilo, o quarto em cinco jogos de apuramento para o Mundial 2022, no Qatar.
A seleção azeri ainda não tinha perdido por mais de um golo nesta qualificação, mas frente a Portugal sofreu três, da autoria de Bernardo Silva, André Silva e Diogo Jota. Insatisfeito por natureza, Fernando Santos queria mais e lembrou as sete ou oito oportunidades para golo que podiam ter dado uma vitória por cinco ou seis golos de diferença. Por isso vencer por 3-0 “foi escasso”, segundo o selecionador português.
Com João Moutinho a dar apoio ao recuperado João Palhinha e André Silva como homem de área, nos lugares de Rafa Silva e Cristiano Ronaldo (castigado), a seleção entrou a jogar solto. A bola chegava com facilidade à área azeri e aos 26 minutos Bernardo Silva chegou mesmo ao golo num espetacular golpe de calcanhar. Passe ou remate, o que conta é que a bola entrou e a seleção dava assim início a um jogo tranquilo, quase sem oposição digna desse nome.
Só aos 28 minutos o Azerbaijão conseguiu a primeira aproximação com perigo à baliza portuguesa e um minuto depois ficou perto do golo num cabeceamento de Elvin Badalov, mas seria Portugal a chegar de novo à baliza e com sucesso. Um lance de mini tiki-taka com João Cancelo, Bruno Fernandes e Diogo Jota numa jogada finalizada por André Silva, solto na área. Foi o 18.º golo do avançado do RB Leipzig pela seleção, o décimo em qualificações para mundiais – só quatro portugueses conseguiram tal registo –, que assim fica a um golo dos 19 marcados por Hugo Almeida com as quinas ao peito.
E assim Portugal tornou o jogo fácil para o segundo tempo. A vencer por 2-0, Fernando Santos tirou o amarelado João Palhinha e meteu Rúben Neves. O médio do Sporting ganhou importância no esquema de Santos, mas continua a deixar a desejar na questão disciplinar. Afinal, Palhinha viu amarelo na única vez que travou o adversário em falta e chegou aos cinco amarelos nos últimos oito encontros (clube e seleção).
Selfies com Bruno Fernandes
O jogo de paciência dos portugueses no segundo tempo foi quase tão admirável como a monotonia compreensível que se instalou na partida. Até houve tempo para quatro adeptos entrarem em campo e tirarem selfies com Bruno Fernandes, sem que um único segurança os impedisse. Um momento surreal para mais tarde recordar.
Portugal jogava como queria e era uma questão de tempo até ampliar a vantagem. De bola parada, num canto, a bola chegou à cabeça de Diogo Jota que só teve de fazer pontaria para o 3-0. Os três homens da linha ofensiva faziam o pleno, cada um com o seu golo. Há muito que a seleção precisava de um jogo assim, acessível e capaz de elevar a confiança ofensiva e defensiva. Pela primeira vez nos últimos dez jogos, a equipa de Fernando Santos não sofreu golos. Rui Patrício não fez uma única defesa no jogo 99 pela seleção. O agora dono da baliza da AS Roma só perde para Cristiano Ronaldo (180 jogos), João Moutinho (138), Figo (127), Pepe (121), Nani (112) e Fernando Couto (110). Já Raphaël Guerreiro tornou-se o lateral esquerdo com mais jogos por Portugal (53).
Este triunfo garantiu à equipa das quinas a continuidade no topo da classificação, não sabendo ainda o resultado da Sérvia, que jogou na Rep. Irlanda (o jogo ainda decorria ao fecho desta edição). Contudo, o duelo com os sérvios pelo apuramento direto para o próximo Campeonato do Mundo, que se realiza em novembro e dezembro de 2022, promete continuar bem aceso. A equipa portuguesa termina esta tripla jornada com três vitórias (Rep. Irlanda, Qatar e Azerbaijão) e a verdade é que não terá muito tempo para apreciar a obra feita. Em outubro há mais com a receção ao Qatar (particular) e Luxemburgo, antes da deslocação à Irlanda e da receção à Sérvia em novembro. E será, ao que tudo indica, este jogo a decidir quem alcançará o apuramento direto para o Mundial 2022.
“Fizemos uma boa exibição, com muito equilíbrio em todos os momentos, sempre à procura do golo. A única coisa que não está bem é a quantidade de golos que fizemos, foi escasso, para o que produzimos. O resultado lógico era 4-0 ou 5-0.“
Fernando Santos Selecionador nacional