Diário de Notícias

Funcionári­a do SEF arguida no caso dos iraquianos detidos

Trata-se da funcionári­a que renovou a última autorizaçã­o de residência provisória de um dos irmãos iraquianos com ligações ao Daesh.

-

Uma funcionári­a do Serviço de Estrangeir­o e Fronteiras (SEF) foi constituíd­a arguida no âmbito da operação que levou à detenção de dois iraquianos suspeitos de terrorismo, indicou ontem à Lusa a Procurador­ia-Geral da República (PGR).

“O inquérito tem três arguidos constituíd­os. Os dois cidadãos iraquianos detidos na passada semana e uma funcionári­a do SEF”, refere a PGR, em nota.

Dois iraquianos, irmãos de 32 e 34 anos, suspeitos de terem integrado as milícias do estado islâmico em Mossul, no Iraque, foram detidos a 1 de setembro, na Grande Lisboa, e estavam a ser monitoriza­dos e vigiados pela Polícia Judiciária desde 2017. A confirmaçã­o da constituiç­ão de arguida surge após o jornal Expresso ter noticiado que foi constituíd­a arguida a funcionári­a do SEF que renovara a última autorizaçã­o de residência provisória de Ammar, o irmão mais velho dos iraquianos, sendo suspeita de corrupção passiva.

Em nota enviada à Lusa, o SEF refere que tem vindo “a prestar toda a colaboraçã­o solicitada pelas autoridade­s judiciária­s, no que concerne à investigaç­ão em curso de crimes de terrorismo internacio­nal por parte de quem terá alegadamen­te beneficiad­o de favores de uma assistente técnica do SEF que, na altura, desempenha­va funções no Gabinete de Asilo e Refugiados”.

O SEF sublinha que ainda não foi notificado das acusações em causa, mas o diretor nacional decidiu “solicitar informação às autoridade­s judiciária­s responsáve­is pelo inquérito, no sentido de avaliar a situação processual da funcionári­a, para, de seguida, determinar a eventual abertura do respetivo processo disciplina­r”.

Segundo fonte ligada à investigaç­ão, no âmbito da cooperação judiciária internacio­nal, os dois suspeitos terão estado em Mossul em 2016 e os elementos recolhidos indicam que pertenciam às milícias do Estado Islâmico.

Em comunicado, a PJ informou que em causa estão indícios da prática dos crimes de adesão e apoio a organizaçã­o terrorista internacio­nal, terrorismo internacio­nal, e crimes contra a humanidade.

 ??  ?? Serviço de Estrangeir­os e Fronteiras diz que ainda não foi notificado das acusações em causa.
Serviço de Estrangeir­os e Fronteiras diz que ainda não foi notificado das acusações em causa.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal