Máscaras. Governo trava “fim total das restrições”
Conselho de Ministros reuniu ontem. Nova reunião do Infarmed vai ser convocada quando a vacinação atingir 85% da população.
D “eixando de ser obrigatória a máscara na rua, aquilo que teremos são recomendações da DGS sobre as situações em que a máscara deve continuar. Cabe à DGS detalhar essas circunstâncias. Já antes da aprovação da lei existiam essas recomendações.”
A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, esclareceu assim, ontem, após mais uma reunião do Conselho de Ministros, qual a posição do Governo face à questão do fim da obrigação de uso de máscara na rua. Domingo caduca a lei do Parlamento que torna isso obrigatório – e entre os partidos ninguém se mostrou interessado em renová-la, começando pelos socialistas. Portanto, a haver nova regulamentação, ela será agora por diretivas da DGS.
A governante admitiu porém que não é possível “neste momento” assumir que haverá “o fim total das restrições” e salientou que aquilo que está em cima da mesa é o patamar de vacinação em que Portugal se encontra, com “mais de 85% da população com uma dose”, e que levará em breve à passagem para a próxima fase delineada no plano de desconfinamento.
Sobre a aparente indefinição em torno da utilização da máscara de proteção contra a propagação da covid-19 no recreio das escolas, Mariana Vieira da Silva remeteu o esclarecimento das dúvidas para o Ministério da Educação e para a DGS, ao notar que existe “uma estrutura de acompanhamento” que reúne as duas esferas, tal como em 2020. “O referencial é conhecido e cabe agora à DGS e ao Ministério da Educação dar resposta às dúvidas”, notou.
Paralelamente, confirmou que o governo tem o objetivo de promover uma nova reunião de peritos no Infarmed nas próximas semanas, onde deverá ser debatida a questão de uma eventual terceira dose de vacina, além da manutenção dos centros de vacinação após a meta dos 85% da população completamente vacinada. “Essas são decisões que temos de tomar com o atingir dos 85%. É necessário que o debate técnico exista para que se tomem decisões.”
Na quarta-feira, ouvida no Parlamento, a diretora-geral de Saúde, Graça Freitas, disse que a recomendação é a do uso de máscara em aglomerados populacionais, eventos em espaços exteriores e no recreio nas escolas.
“A transmissão indireta do vírus é por acumulação de aerossóis e obviamente essa via é muito menos eficaz no exterior do que no interior. De qualquer maneira a recomendação vai no sentido de que em aglomerados e em contextos especiais”, justificou. Seja como for, mesmo havendo o levantamento de algumas restrições, “cada um de nós deve, apesar de tudo, continuar a ser portador de uma máscara e em caso de necessidade deve colocá-la”.