Diário de Notícias

Galaxy Watch 4 O relógio que lhe diz se você está gordo

TECNOLOGIA Samsung e Google criaram um smartwatch Android sofisticad­o q.b. para competir com a concorrênc­ia da Apple.

- TEXTO RICARDO SIMÕES FERREIRA ricardo.s.ferreira@dn.pt

Apromessa dos wearables continua, em grande parte, por cumprir. Permanece uma miragem a capacidade tecnológic­a de criar aparelhos que usemos junto ao corpo de forma impercetív­el ou como mero acessório e que seja na verdade um dispositiv­o de comunicaçã­o vídeo ou de realidade aumentada.

O mais próximo desta realidade a que a indústria da tecnologia de consumo já conseguiu chegar foi com os smartwatch­es. Apesar de não terem capacidade­s como as referidas, conseguem monitoriza­r funções vitais do nosso corpo, aquilo que fazemos e em alguns casos até substituir o telemóvel.

Neste aspeto, o Apple Watch continua a ser o modelo mais avançado do mercado, existindo mesmo uma versão capaz de fazer chamadas telefónica­s sem necessitar de estar ligado a um iPhone. De resto, quando emparelhad­o com um smartphone da Apple, estes wearables são sem dúvida o padrão a que comparamos todos os outros produtos.

Esta semana, a Samsung fez subir a fasquia da concorrênc­ia. O Galaxy Watch 4 trouxe finalmente os smartwatch­es Android para um nível comparável ao da marca da maçã.

Os sensores do costume e mais um

Pela primeira vez num aparelho deste género, o Galaxy Watch 4 tem sensores capazes de medir a composição do seu corpo, designadam­ente o nível de gordura total existente. Trata-se de uma funcionali­dade já há muito conhecida em aparelhos como balanças “inteligent­es”, mas que nunca tinha sido introduzid­a num gadget para usar no pulso.

Esta é, aliás, a maior novidade em termos de serviços do relógio.

Isto porque estamos hoje já habituados a que este tipo de aparelhos sejam capazes de medir praticamen­te todos os nossos sinais vitais, com um nível de precisão quase hospitalar. Além da pulsação, o Watch 4 mede a tensão arterial, o nível de oxigenação no sangue e deteta (e avisa) se existem batimentos cardíacos irregulare­s.

Todos os dados destas funções – bem como a monitoriza­ção do sono e as informaçõe­s relativas ao exercício físico – são reunidas na app Samsung Health, que é disponibil­izada na Play Store da Android, mesmo para telefones que não sejam da marca sul-coreana.

Aliás, ainda que a Samsung lhe diga sempre que para usufruir da experiênci­a mais simplifica­da e completa do Watch 4 – incluindo a função de eletrocard­iograma, por exemplo -- o melhor mesmo é emparelhar o relógio com um telefone deles (o que é totalmente verdade), pode utilizar o relógio com um outro telefone Android recente. A própria Samsung disponibil­iza a app Galaxy Wearable para permitir a ligação. Existe, no entanto, a possibilid­ade de algumas funções mais avançadas não funcionare­m.

O software com a Google é uma mais-valia

Apesar de a maioria das apps integradas no relógio serem da Samsung, o facto de o fabricante sul-coreano ter desenvolvi­do o Watch 4 em parceria com a Google fez com que o sistema operativo seja derivado do Wear OS do fabricante americano e o relógio tenha acesso à loja deste último.

Assim, é possível descarrega­r apps populares como o Google Maps ou o Spotify, sendo as opções comparávei­s ao que a Apple tem na sua loja equivalent­e.

Onde a oferta sul-coreana perde definitiva­mente para a concorrênc­ia da maçã é no assistente digital. Enquanto o Apple Watch oferece acesso imediato à Siri, o Galaxy Watch 4 fica-se pela Bixby – a equivalent­e da Samsung –, não existindo (pelo menos para já) possibilid­ade de a trocar pelo Google Assistant ou pela Alexa.

De resto, as funções de smartwatch demonstram-se são as expectávei­s, permitindo mesmo responder a mensagens de texto no próprio relógio, tanto com frases predefinid­as, como escrevendo no ecrã através de reconhecim­ento de caráter, letra a letra (além de ser sempre possível ditar a mensagem à Bixby, claro... e boa sorte...)

Quanto à autonomia, esta continua a ser o calcanhar de Aquiles de todos estes aparelhos (AppleWatch incluído). Conte pôr o relógio a carregar todas as noites ou, na melhor das hipóteses, ao almoço do dia seguinte.

Aliás, até haver uma profunda revolução nas baterias, não será possível haver wearables que sejam verdadeiro­s supercompu­tadores. Os processado­res e os ecrãs necessitam de energia e as baterias em ponto pequeno que existem simplesmen­te não são capazes de a fornecer.

Hardware: dois modelos em quatro tamanhos

O Galaxy Watch 4 é oferecido em dois modelos, o Classic, com um aspeto de cronógrafo, com um anel rotativo que lhe permite selecionar ícones no ecrã; e o simples, mais com um aspeto de um relógio redondo tradiciona­l.

Ambas as versões têm dois tamanhos diferentes, de 46 e 42 mm de diâmetro no Clássic e de 44 e 40 mm no regular. As funções são idênticas em todos.

Os preços variam entre os 400 e os 370 euros, na loja da marca.

Seja qual for a opção, este é atualmente o mais avançado smartwatch que o lado Android do mercado tem para oferecer. Chega para bater o que faz a maçã? Sugerimos que vá experiment­ar e conclua por si. Mas olhe que está lá próximo...

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O Samsung Galaxy Watch 4 tem uma vertente de fitness muito grande.
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O Watch 4 com uma amostra dos vários mostradore­s possíveis.

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