Galaxy Watch 4 O relógio que lhe diz se você está gordo
TECNOLOGIA Samsung e Google criaram um smartwatch Android sofisticado q.b. para competir com a concorrência da Apple.
Apromessa dos wearables continua, em grande parte, por cumprir. Permanece uma miragem a capacidade tecnológica de criar aparelhos que usemos junto ao corpo de forma impercetível ou como mero acessório e que seja na verdade um dispositivo de comunicação vídeo ou de realidade aumentada.
O mais próximo desta realidade a que a indústria da tecnologia de consumo já conseguiu chegar foi com os smartwatches. Apesar de não terem capacidades como as referidas, conseguem monitorizar funções vitais do nosso corpo, aquilo que fazemos e em alguns casos até substituir o telemóvel.
Neste aspeto, o Apple Watch continua a ser o modelo mais avançado do mercado, existindo mesmo uma versão capaz de fazer chamadas telefónicas sem necessitar de estar ligado a um iPhone. De resto, quando emparelhado com um smartphone da Apple, estes wearables são sem dúvida o padrão a que comparamos todos os outros produtos.
Esta semana, a Samsung fez subir a fasquia da concorrência. O Galaxy Watch 4 trouxe finalmente os smartwatches Android para um nível comparável ao da marca da maçã.
Os sensores do costume e mais um
Pela primeira vez num aparelho deste género, o Galaxy Watch 4 tem sensores capazes de medir a composição do seu corpo, designadamente o nível de gordura total existente. Trata-se de uma funcionalidade já há muito conhecida em aparelhos como balanças “inteligentes”, mas que nunca tinha sido introduzida num gadget para usar no pulso.
Esta é, aliás, a maior novidade em termos de serviços do relógio.
Isto porque estamos hoje já habituados a que este tipo de aparelhos sejam capazes de medir praticamente todos os nossos sinais vitais, com um nível de precisão quase hospitalar. Além da pulsação, o Watch 4 mede a tensão arterial, o nível de oxigenação no sangue e deteta (e avisa) se existem batimentos cardíacos irregulares.
Todos os dados destas funções – bem como a monitorização do sono e as informações relativas ao exercício físico – são reunidas na app Samsung Health, que é disponibilizada na Play Store da Android, mesmo para telefones que não sejam da marca sul-coreana.
Aliás, ainda que a Samsung lhe diga sempre que para usufruir da experiência mais simplificada e completa do Watch 4 – incluindo a função de eletrocardiograma, por exemplo -- o melhor mesmo é emparelhar o relógio com um telefone deles (o que é totalmente verdade), pode utilizar o relógio com um outro telefone Android recente. A própria Samsung disponibiliza a app Galaxy Wearable para permitir a ligação. Existe, no entanto, a possibilidade de algumas funções mais avançadas não funcionarem.
O software com a Google é uma mais-valia
Apesar de a maioria das apps integradas no relógio serem da Samsung, o facto de o fabricante sul-coreano ter desenvolvido o Watch 4 em parceria com a Google fez com que o sistema operativo seja derivado do Wear OS do fabricante americano e o relógio tenha acesso à loja deste último.
Assim, é possível descarregar apps populares como o Google Maps ou o Spotify, sendo as opções comparáveis ao que a Apple tem na sua loja equivalente.
Onde a oferta sul-coreana perde definitivamente para a concorrência da maçã é no assistente digital. Enquanto o Apple Watch oferece acesso imediato à Siri, o Galaxy Watch 4 fica-se pela Bixby – a equivalente da Samsung –, não existindo (pelo menos para já) possibilidade de a trocar pelo Google Assistant ou pela Alexa.
De resto, as funções de smartwatch demonstram-se são as expectáveis, permitindo mesmo responder a mensagens de texto no próprio relógio, tanto com frases predefinidas, como escrevendo no ecrã através de reconhecimento de caráter, letra a letra (além de ser sempre possível ditar a mensagem à Bixby, claro... e boa sorte...)
Quanto à autonomia, esta continua a ser o calcanhar de Aquiles de todos estes aparelhos (AppleWatch incluído). Conte pôr o relógio a carregar todas as noites ou, na melhor das hipóteses, ao almoço do dia seguinte.
Aliás, até haver uma profunda revolução nas baterias, não será possível haver wearables que sejam verdadeiros supercomputadores. Os processadores e os ecrãs necessitam de energia e as baterias em ponto pequeno que existem simplesmente não são capazes de a fornecer.
Hardware: dois modelos em quatro tamanhos
O Galaxy Watch 4 é oferecido em dois modelos, o Classic, com um aspeto de cronógrafo, com um anel rotativo que lhe permite selecionar ícones no ecrã; e o simples, mais com um aspeto de um relógio redondo tradicional.
Ambas as versões têm dois tamanhos diferentes, de 46 e 42 mm de diâmetro no Clássic e de 44 e 40 mm no regular. As funções são idênticas em todos.
Os preços variam entre os 400 e os 370 euros, na loja da marca.
Seja qual for a opção, este é atualmente o mais avançado smartwatch que o lado Android do mercado tem para oferecer. Chega para bater o que faz a maçã? Sugerimos que vá experimentar e conclua por si. Mas olhe que está lá próximo...