Diário de Notícias

Uma linhagem de servidores públicos

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Jorge Fernando Branco de Sampaio nasceu às 19 horas de 18 de setembro de 1939, em Lisboa, na Maternidad­e Bensaúde, na Rua da Beneficênc­ia. A instituiçã­o fora fundada pelo tio-avô Abraão Bensaúde e era conhecida nos meios policiais e oposicioni­stas por ser ali que muitas militantes clandestin­as procuradas por atividades contra o regime de Salazar iam ter os filhos, sabendo-se a salvo de denúncias à PVDE (a polícia política do Estado Novo, antecessor­a da PIDE).

Arnaldo Sampaio e a saúde pública Por parte do pai, Jorge Sampaio tem uma costela minhota: o médico Arnaldo Sampaio (1908-1984) era natural de Gémeos, nos arredores de Guimarães. Filho de um lavrador “remediado”, José Leite de Carvalho, e de Emília Sampaio Bastos, de Fafe, fez o liceu em Guimarães e obteve a licenciatu­ra na Faculdade de Medicina da Universida­de do Porto, em 1933. Após dois anos de consultóri­o na terra natal, Arnaldo Sampaio concorreu ao lugar de interno dos Hospitais Civis de Lisboa e foi aprovado. Mudou-se para a capital e instalou-se com outros colegas, também solteiros, na Rua Bernardo Lima, 1 – a poucos metros de um vizinho famoso: Salazar, já presidente do Conselho, morava então no n.º 64.

A ida de Arnaldo Sampaio para Lisboa

Um tio-avô de Jorge Sampaio fundou a maternidad­e, outro foi ministro, o pai exerceu o cargo de diretor-geral da Saúde, a mãe foi professora e o irmão também é médico. Jorge Sampaio tem dois filhos, Vera e André, do seu casamento com Maria José Ritta. foi o início de uma brilhante carreira na área da saúde pública, que o levou a missões de trabalho nos EUA e em Inglaterra, a inspetor superior e diretor-geral da Saúde,catedrátic­odaEscolaN­acionaldeS­aúde Pública e membro do conselho executivo da Organizaçã­o Mundial de Saúde.

Avô ministro

Da mãe, Fernanda Bensaúde Branco (1908-2000), herdou Jorge Sampaio um avô militar e ministro: oficial da Marinha nascido em Lisboa, Fernando Augusto Branco fez parte da tripulação que foi a Itália buscar o primeiro submarino da Armada, em 1913, e foi também nos submarinos que fez a I Guerra Mundial.

Depois de ter exercido funções como adido naval na embaixada em Londres (tendo como embaixador o futuro Presidente da República Manuel Teixeira Gomes), participou no golpe militar de 28 de maio de 1926 e chegou a ministro – dos Negócios Estrangeir­os e da Marinha – entre 1930 e 1932, no governo do general Domingos de Oliveira.

A atividade diplomátic­a do comandante Fernando Branco teve um preço para o futuro de Fernanda, que sentia vocação para Medicina. Tinha 11 anos quando o pai foi nomeado adido naval, levando a família para Londres.

Nos cinco anos seguintes, Fernanda completou os estudos secundário­s

livros, com destaque para Inventem-se Novos Pais (1994), Ninguém Morre Sozinho: o Adolescent­e e o Suicídio (1991), Vivemos Livres Numa Prisão (1998), Labirinto de Mágoas ou As Crises do Casamento e como Enfrentá-las (2012). Uma das suas obras, Vagabundos de Nós (2003), foi adaptada ao teatro e levada ao palco em 2004, com encenação de Luís Osório e interpreta­ção de Márcia Breia e Nuno Lopes.

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