Uma causa: Timor
Em Belém, Jorge Sampaio tratou o caso de Timor-Leste com especial empenho. A antiga colónia fora invadida pela Indonésia em 1975, mas a resistência manteve-se. A repressão recrudesceu em 1991, com o massacre de Santa Cruz.
Portugal participou ativamente no lóbi internacional pró-Timor – fortalecido em 1996 pela atribuição do Nobel da Paz ao bispo D. Ximenes Belo e ao ativista Ramos Horta –, que acabou por forçar a Indonésia a fazer um referendo em 1999. Interrogados sobre se preferiam a integração ou a independência, os timorenses votaram maciçamente (78,5%) pela independência. As milícias pró-indonésias retaliaram, provocando um banho de sangue.
A ONU acabou por intervir, enviando capacetes azuis, que finalmente impuseram a ordem e fizeram respeitar o resultado da consulta popular. Após um período de transição durante o qual foram realizadas eleições (o líder da resistência anti-indonésia, Xanana Gusmão, foi eleito presidente), Timor-Leste proclamou a independência a 20 de maio de 2002.
Sampaio – incansável na defesa da causa da independência timorense, alertando para a situação no território em todas as suas intervenções nos palcos internacionais, sobretudo na UE, na ONU e nas conversas bilaterais com líderes norte-americanos – estava em Díli nesse dia. E chorou.
Anos depois, a 28 de outubro de 2016, recebeu a mais alta condecoração timorense e entregue pelo presidente, Taur Matan Ruak.
3. Em fevereiro de 1997, a dois anos da entrega de Macau à China, o Presidente Jorge Sampaio é recebido pelo homólogo Jiang Zemin no Palácio do Povo, em Pequim.
4. O Presidente Jorge Sampaio é recebido em Bona pelo chanceler da Alemanha, Helmut Kohl, em julho de 1998.