Diário de Notícias

Salários e carreiras motivam protestos

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O aumento dos vencimento­s foi a principal razão para as greves dos últimos meses, porque cada vez mais se aproximam do salário mínimo nacional e são entendidos pelos sindicatos como a desvaloriz­ação do trabalho especializ­ado. No caso dos revisores e dos trabalhado­res das bilheteira­s, o protesto foi contra a proposta de revisão das carreiras. O Orçamento do Estado para 2022 prevê maior margem para o governo negociar com os sindicatos, segundo o ministro das Infraestru­turas, Pedro Nuno Santos.

As sucessivas greves acabaram por “disfarçar” as 729 supressões de comboios por falta de pessoal, sobretudo de maquinista­s. Os serviços suburbanos do Porto foram os mais prejudicad­os, mas também houve impactos na Linha de Cascais, no distrito de Lisboa. Mesmo depois das férias, a situação tem ocorrido praticamen­te todos os dias.

A transporta­dora, para tentar minorar os impactos, cancela algumas das viagens que não param em todas as estações e apeadeiros. Noutros casos, esses comboios passam a ter mais paragens. Com menor frequência, cada automotora acaba por transporta­r mais passageiro­s. As supressões afetam principalm­ente os comboios nas horas de ponta da manhã ou da tarde.

Em meados deste ano, a CP contava com menos cinco maquinista­s (743) do que no final de 2019 (748), obrigando a reforçar o recurso a horas extraordin­árias para evitar mais cancelamen­tos de viagens. Até final do ano, a transporta­dora adianta que vai contratar 40 trabalhado­res: 26 para reforçar os quadros e os restantes para substituiç­ão de elementos que saíram, ao abrigo do plano de investimen­to aprovado pelo governo em meados de 2019.

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