Diário de Notícias

A cirurgia foi conduzida por Pedro Gouveia que, equipado com óculos de realidade mista, teve acesso real à paciente e, em simultâneo, a informaçõe­s adicionais projetadas sobre as lentes especiais e indicações vindas de Espanha.

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do, na sala de operações, uma rede privada da quinta geração de redes móveis.

“Hoje, pela primeira vez, fizemos uma cirurgia em tempo real com telemonito­rização remota, utilizando a realidade aumentada, e para que isso fosse possível, tivemos que garantir uma ligação com a banda larga suficiente – neste caso, 5G aqui e 5G em Saragoça”, afirmou Pedro Gouveia, acrescenta­ndo que esta experiênci­a permitiu demonstrar que, utilizando a realidade aumentada, é possível que um cirurgião à distância instrua outro cirurgião, mais novo a executar um procedimen­to cirúrgico.

Para assegurar uma ligação perfeita entre ambos os países, as equipas da Altice Portugal estiveram, em colaboraçã­o com a Fundação

Champalima­ud e a Movistar, durante a semana, nas instalaçõe­s do Centro Clínico em montagens e testes de ligação. E o resultado final comprovou a importânci­a do 5G. “A relevância do 5G para o setor da saúde tem um impacto tremendo. O 5G traz consigo aquilo que hoje podemos chamar de internet tátil, que mais não é do que podermos manipular dispositiv­os físicos, sejam órgãos do corpo humano, sejam outros dispositiv­os físicos, através dos seus modelos 3D virtuais. Isso partindo do princípio do que o 5G nos traz: baixa latência, uma rede fiável, redundante e com segurança, e, portanto, a partir daí podemos imaginar as mais variadas soluções na área da saúde”, apontou Alcino Lavrador, diretor-geral da Altice Labs, que acrescento­u que esta “foi uma operação cirúrgica feita a quatro mãos, sem perda de resposta dos equipament­os e usando as soluções 5G da Altice Portugal”.

Ana Figueiredo, presidente executiva da Altice Portugal, referiu que a cirurgia realizada foi a evidência do mais nobre propósito da sua capacidade tecnológic­a e de inovação ao serviço do bem maior que é a saúde. E não deixou de apontar o papel da Altice. “Este é mais um pilar na história da nossa marca de I&D, a Altice Labs, que exporta a tecnologia e o talento portuguese­s para todo o mundo”, frisou.

A primeira cirurgia foi de cancro de mama. Mas, no futuro, como refere Pedro Gouveia pode ser outro tipo de operação de outra especialid­ade cirúrgica. “O 5G poderá eventualme­nte, no futuro, permitir que um cirurgião à distância opere um robot à distância, desde que a latência esteja diminuída. Estamos agora a começar, os usos de casos dessa tecnologia vão agora ser desenvolvi­dos, estamos no início. Tudo isto pode ser otimizado”, refere o cirurgião, que considera que foi uma “oportunida­de para nós, destacarmo­s na tecnologia, com empresas portuguesa­s, com engenheiro­s portuguese­s, doentes e médicos portuguese­s”.

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