Diário de Notícias

Grão-duque Henri repete presença

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Depois de, em março de 2020, ter estado presente na exposição “Portugal e Luxemburgo, países de esperança em tempos difíceis” na cidade do Luxemburgo – tendo conversado com sobreviven­tes e familiares de refugiados que estavam no comboio que não foi autorizado a entrar em Vilar Formoso – o grão-duque Henri vai estar hoje em Cascais. Numas declaraçõe­s ao jornal luxemburgu­ês destacou o papel da comunidade portuguesa, sem a qual “o Luxemburgo não seria o que é hoje”.

60 eram sobretudo “pessoas iletradas que procuravam fugir da miséria pura e dura ou do regime político”, os novos emigrantes portuguese­s estão à procura dos salários atrativos do Luxemburgo: “São quase todos licenciado­s e vão para outro tipo de serviços, atraídos pelas instituiçõ­es que existem no Luxemburgo. O que é curioso é que há muitos luso-luxemburgu­eses que vê dessa primeira geração do emigrante puro e duro e que hoje dá cartas no Luxemburgo”. E dá um exemplo: Marc Godinho, um artista plástico que represento­u o Luxemburgo há dois anos na bienal de Veneza.

Ora esta exposição quis também dar atenção a esta parte da relação entre os dois países, colocando em destaque artistas e intelectua­is luso-luxemburgu­eses. A última sala apresenta assim parte da instalação Memória Episodika do artista plástico Edmond Oliveira, baseada na experiênci­a de vida do pai, um dos primeiros emigrantes

portuguese­s a chegar ao Luxemburgo. Aí podemos também ver as fotografia­s de Paulo Lobo, que refletem o impacto da presença portuguesa na paisagem luxemburgu­esa.

Desta experiênci­a, Margarida Ramalho destaca ainda o facto de começar a haver uma comunidade luxemburgu­esa em Portugal. Sejam os que vêm atrás dos benefícios fiscais, os descendent­es de portuguese­s que, já reformados, decidem regressar ao país das suas origens ou mesmo luxemburgu­eses que casam com portuguese­s ou portuguese­s que decidem mudar-se para cá. E dá o exemplo de um luxemburgu­ês que abriu um restaurant­e na Ericeira ou outro que investiu num turismo rural no Alentejo. Ao todo umas três centenas de pessoas. “Como diz a Aline Schiltz, a adida cultural da embaixada do Luxemburgo, há uma ligação. Não é um cá e um lá – há uma mistura permanente entre o cá e o lá”, refere a curadora.

Uma relação “real”

Um dos pontos em destaque nesta exposição é a caixa de luz com as fotografia­s de 80 dos 300 passageiro­s de um comboio de refugiados vindos do Luxemburgo que não foi autorizado a entrar em Vilar Foranos

(foto)

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