Subida dos juros não preocupa CGD

presidente da Caixa GeOral

de Depósitos admitiu ontem que pode haver famílias com mais dificuldades em pagar créditos com a prevista subida das taxas de juro, mas descarta um nível de incumprimento da dimensão da anterior crise financeira e económica.

“Um aumento das prestações irá ocorrer e irá impor dificuldades acrescidas às famílias, mas não prevemos um aumento do incumprimento com a magnitude do passado”, disse Paulo Macedo na conferência de imprensa de apresentação de resultados da CGD no primeiro trimestre do ano.

O gestor disse que há ainda que ter em conta os factos positivos de que as taxas de juro Euribor (que servem de indexante aos créditos) ainda estarem negativas (enquanto na última crise financeira estavam em 400 pontos base) e que, nos últimos anos, as prestações que os clientes pagaram para os créditos à habitação foram sobretudo para abater capital, já que os juros estavam tão baixos, pelo que, afirmou, agora as famílias vão pagar mais juros, mas sobre menor valor de capital em dívida.

Paulo Macedo indicou ainda que, atualmente, as famílias têm mais poupança, pelo que considerou que conseguirão uma melhor gestão do esforço. “Há dificuldades acrescidas para as famílias, não escamoteamos, mas há poupança que não havia há anos”, disse. Segundo o presidente do banco público, a CGD está “prudente, cautelosa, mas confiante”.

O Banco Central Europeu admitiu esta semana a subida das taxas de juro diretoras no verão.

A CGD anunciou ontem lucros de 146 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, uma subida de 80,5% face ao mesmo período de 2021. O valor dos serviços e comissões em Portugal aumentou 20%, para 116 milhões de euros.