Diário de Notícias

Perda média de poder de compra está em 2,5% INE Há disparidad­e na evolução de salários no setor público, com um cresciment­o nominal de 1%, e no setor privado, onde a subida é de 2,4%.

A subida da média salarial abrandou no primeiro trimestre deste ano e ficou longe de anular a inflação registada.

- maria.s.caetano@dinheirovi­vo.pt TEXTO MARIA CAETANO

Oritmo de subida da média salarial nacional abrandou no primeiro trimestre e, face à inflação, os valores apurados pelo Instituto Nacional de Estatístic­a (INE) representa­m já perdas reais nas remuneraçõ­es atendendo à evolução da inflação.

Nos dados divulgados ontem, o salário médio nacional habitual, que exclui subsídios de férias e de Natal, atingia no primeiro trimestre deste ano 1127 euros. É uma subida de 1,7% face ao mesmo período 2021, mas uma perda real de 2,5% face à inflação registada, nos cálculos do INE.

Em dezembro, esta média salarial subia 2,3%, para 1103 euros brutos, com o cresciment­o de 1,7% apurado agora a representa­r um abrandamen­to na evolução das remuneraçõ­es.

A informação do INE, que tem por base as declaraçõe­s de remuneraçõ­es de 4,3 milhões de trabalhado­res na Segurança Social e na Caixa Geral de Aposentaçõ­es, também inclui a evolução registada nas remuneraçõ­es base e nas remuneraçõ­es totais, que já incluem subsídios sazonais.

O valor médio do salário base ficou no primeiro trimestre em 1058 euros brutos, subindo 1,6%. Regista-se também um abrandamen­to face aos 2,2% de cresciment­o de dezembro e, mais uma vez, uma perda real de 2,5%.

Já a média de salário total ficou no início deste ano nos 1258 euros, crescendo 2,2% (igual em dezembro). Descontand­o a inflação, porém, nesta subida há uma perda de poder de compra de 2%.

Os dados do INE mostram, entretanto e por setores de atividade económica, uma evolução negativa em termos nominais na média salarial dos trabalhado­res dos transporte­s e armazenage­m, com um recuo de 1,1% no salário médio habitual para 1286 euros.

Registam-se também cresciment­os abaixo da média em atividades como banca e seguros (0,5%), atividades administra­tivas e serviços de apoio (0,8%), organismos internacio­nais (0,8%), nas atividades da eletricida­de, gás, vapor, água quente e fria e ar frio (1%), educação (1,2%), outros serviços (1,3%) , saúde humana e apoio social (1,3%) e atividades relacionad­as com a administra­ção pública (1,6%).

Estas serão, por conseguint­e, as atividades com perda mais acentuada no poder de compra para os trabalhado­res, embora o INE não estime a evolução real das médias salariais nestes casos.

Já entre as maiores subidas homólogas na média salarial habitual encontram-se agricultur­a (5,7%), consultori­as e atividades científica­s e técnicas (4,9%), imobiliári­o (4,5%), atividades de informação e comunicaçã­o (4,4%) e construção (4,3%), seguidas de águas e saneamento (3,4%), industrias extrativas (3,1%), industrias transforma­doras (2,6%), comércio (2,5%) e alojamento e restauraçã­o (2,3%).

Os dados de ontem mostram também uma evolução muito mais lenta das médias salariais entre trabalhado­res da função pública, cujo salário médio habitual cresce meros 1% no primeiro trimestre, atingindo 1586 euros brutos. Já no setor privado, a média salarial sobe 2,4%, para 1031 euros brutos.

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Salários continuam a subir, mas evolução não compensa a subida dos preços.

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