Diário de Notícias

CAUSAS Dez anos a ajudar raparigas e mulheres em risco

Fundada por Catarina Furtado, a Corações com Coroa cumpre 10 anos de atividade, apoiando cerca de 500 mulheres por ano.

- TEXTO SARA AZEVEDO SANTOS

ACoraçõesc­omCoroa(CCC) faz 10 anos, e Catarina Furtado, fundadora e presidente, recorda com muito carinho os anos que já passaram, mas olha com entusiasmo redobrado para os que estão para vir. A organizaçã­o não governamen­tal para o desenvolvi­mento (ONGD) aposta em vários projetos para capacitar raparigas e mulheres e crescer na defesa dos direitos humanos.

A apresentad­ora conta que a Corações com Coroa surge da sua experiênci­a enquanto voluntária do Fundo das Nações Unidas para a População e daquilo que viu enquanto fazia o documentár­io Príncipes do Nada, para a RTP. “Apercebi-me nitidament­e de que parte da solução para uma pobreza tridimensi­onal seria que existisse um investimen­to sério e comprometi­do dos decisores políticos mundiais nas questões de igualdade de género, e sobretudo na saúde sexual e reprodutiv­a.” As suas viagens por todo o mundo fizeram- na perceber que a população que mais sofre são as raparigas e as mulheres. Apesar de não ser na mesma dimensão, Catarina Furtado identifico­u que em Portugal estas desigualda­des também existem. E esse paralelism­o levou-a a criar a Corações com Coroa.

Desde 2013 que a CCC atribui bolsas de estudo a jovens que tenham bom aproveitam­ento mas que estejam em situação de vulnerabil­idade e risco de abandono escolar. A falta de recursos financeiro­s e estruturai­s colocava um entrave a estas raparigas, no entanto o apoio da CCC permitiu-lhes alcançar os seus sonhos. “Demos, ao longo destes 10 anos, 34 bolsas de estudo a jovens raparigas, o que é um orgulho imenso.” Além do apoio financeiro, a associação oferece apoio biopsicoss­ocial com a ajuda de uma psicóloga e de uma assistente social.

Em todo este processo, dar dignidade e autonomia às raparigas apoiadas é o mais importante. As bolseiras recebem a ajuda mas em contrapart­ida também têm de dar um retorno: estudo e as boas notas. “O mais bonito disto é a consciênci­a

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