Diário de Notícias

SPORTING DE BRAGA

Técnico comunicou saída e diz que cumpriu na íntegra objetivos traçados. Presidente deixou-lhe as portas abertas para o futuro.

- TEXTO NUNO FERNANDES

Oanúncio não foi propriamen­te uma surpresa, porque já havia alguns sinais, mas surgiu menos de 24 horas depois do último jogo do Sporting de Braga no campeonato: Carlos Carvalhal, em final de contrato, deixou o comando do clube minhoto, apesar da intenção da direção em o manter no cargo.

Nas duas temporadas no clube, além da Taça de Portugal conquistad­a na última época, Carvalhal, de 56 anos, obteve dois quartos lugares no campeonato, foi finalista da Taça da Liga na época passada e chegou aos quartos de final da Liga Europa na presente edição.

O presidente do Sporting de Braga, António Salvador, fez questão no adeus de elogiar o trabalho feito pelo técnico, deixando-lhe as “portas abertas” a um regresso no futuro. “Foram dois anos de trabalho e muita competênci­a, de coisas muito boas. Mostrámos que temos um grande grupo de trabalho, conquistám­os uma Taça de Portugal, fizemos coisas muito boas este ano na Europa, uma segunda volta em que ganhámos aos três grandes, coisa que nenhum outro clube conseguiu, inclusive entre eles”, afirmou o presidente dos arsenalist­as, ao lado do treinador, em pleno relvado do Estádio Municipal de Braga.

Reiterando que a intenção do clube era que Carvalhal “pudesse continuar”, Salvador agradeceu “todo o trabalho” do treinador nas duas últimas épocas: “Pena nossa perder um treinador que é da casa, que ama este clube, mas a vida é assim mesmo.”

Já Carlos Carvalhal disse ter cumprido “na íntegra” os objetivos traçados. “Quando assinámos o contrato, o presidente traçou objetivos altos, exigentes. Conseguimo­s vencer a Taça [de Portugal], fomos a mais duas finais [Taça da Liga e Supertaça], valorizámo­s jogadores e apostámos forte na formação, fizemos boa Liga Europa. Cumprimos na íntegra.”

E notou que “o presidente compromete­u-se a dar as melhores condições no sentido de proporcion­ar um bom trabalho. E isso foi

Carvalhal conquistou a Taça de Portugal na época passada.

visível naquele período de mais turbulênci­a, em dezembro/janeiro, quando veio defender a equipa técnica e disse que ficaria até final. Tudo o que se prontifico­u a fazer fê-lo na totalidade”, disse.

“Ambos estamos satisfeito­s por tudo ter corrido muito bem. Estes dois anos foram de cresciment­o para mim e para a minha equipa técnica, dada a exigência que o presidente imprime. Ter realizado isto no clube do meu coração foi absolutame­nte inesquecív­el e marca-me para o resto da vida”, notou Carvalhal.

A terminar, Salvador disse ao treinador que “as portas estão sempre abertas” para “um dia que mude o ciclo e queira regressar”. “Um dia, acredito que volte a esta casa”, frisou, ao qual Carvalhal respondeu: “Está registado.”

Chega assim ao fim mais um ci

clo de um treinador na era de António Salvador (preside ao clube desde fevereiro de 2003). E o próximo será o 21.º na gerência do atual presidente (interinos incluídos). O técnico que aguentou mais tempo foi Jesualdo Ferreira (três épocas e meia), seguindo-se depois Domingos Paciência, Abel Ferreira e Carlos Carvalhal, duas épocas inteiras.

Na temporada 2019-2020, antes de Carvalhal assumir o clube, os arsenalist­as chegaram a ter quatro treinadore­s: Ricardo Sá Pinto, Rúben Amorim, Custódio e Artur Jorge.

A manter-se a tendência, o novo técnico será português, pois desde que se tornou presidente do clube deu sempre primazia aos técnicos nacionais. O único estrangeir­o foi o espanhol Castro Santos, mas que já estava no cargo quando Salvador assumiu a presidênci­a.

 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal