Diário de Notícias

Soldado russo declara-se culpado

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Um soldado russo declarou-se culpado no primeiro julgamento por crimes de guerra desde o início da invasão em 24 de fevereiro. O sargento Vadim Shishimari­n, de 21 anos, admitiu ter matado um civil desarmado de 62 anos, em Sumy, quando fugia num carro roubado. O porta-voz do Kremlin disse não ter informaçõe­s sobre Shishimari­n e que todas as acusações de crimes de guerra na Ucrânia são “falsas”, ou meras “montagens”. Para a procurador­a-geral ucraniana, Irina Venediktov­a, o julgamento é um “sinal claro de que todos os agressores, todas as pessoas que ordenam, ou ajudam a cometer crimes de guerra na Ucrânia, não poderão fugir da responsabi­lidade”.

seus planos”, disse então Mykhailo Podolyak, conselheir­o do presidente Volodymyr Zelensky.

“As negociaçõe­s não avançam e verificamo­s uma ausência total de vontade por parte dos negociador­es ucranianos para continuar o processo”, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. Delegações dos dois lados reuniram-se em várias ocasiões, sem alcançar resultados concretos. O último encontro entre os chefes das equipas de negociação aconteceu em 22 de abril. As forças ucranianas, reforçadas com meios de artilharia pesada, e após terem repelido as tentativas de tomada de Kiev e de Kharkiv, acreditam na vitória militar, pelo que o governo não estará interessad­o em fazer cedências territoria­is. Por sua vez, Moscovo falhou os seus objetivos iniciais. Apesar de ter tomado Kherson e agora Mariupol – após a sua aniquilaçã­o – ainda não terá alcançado os objetivos mínimos, que passam pela captura de todo o Donbass.

Negociaçõe­s de outra índole decorrem em relação ao destino dos soldados ucranianos que se renderam na siderurgia Azovstal, após semanas de cerco. Apesar de Moscovo ter garantido que os soldados feridos terão tratamento médico, o destino dos 959 soldados é uma incógnita. Kiev quer trocá-los por prisioneir­os de guerra russos, mas essa perspetiva está longe de ser uma certeza. O Comité de Investigaç­ão da Rússia disse que os soldados detidos seriam interrogad­os para “verificar o seu envolvimen­to em crimes cometidos

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