Diário de Notícias

As relações tensas entre Estocolmo e Ancara mais ficaram depois de o embaixador turco ter acusado os deputados suecos de terem ligações com o PKK.

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day, há “combates na periferia” de Severodone­tsk, que também é atacada pela aviação. “As tropas russas avançaram o suficiente para já poderem disparar morteiros” sobre a cidade, disse.

Em Mariupol contam-se mais de 22 mil civis mortos desde o início da invasão russa a 24 de fevereiro. A informação partiu de um assessor da autarquia, Petro Andriushch­enko, em entrevista à CNN. Os seus números provêm de estimativa­s que ele e outros funcionári­os da cidade – arrasada e agora controlada pela Rússia – fizeram. Sobre Mariupol surgiu também a indicação, através do Ministério da Defesa russo, que o seu porto, na costa do Mar de Azov, já está a funcionar. Nos últimos dias, equipas russas de sapadores têm estado a limpar a área após quase três meses de combates com as forças ucranianas.

Entretanto, para os habitantes das regiões ocupadas, Vladimir Putin assinou um decreto que abre uma via rápida para a obtenção da cidadania. O decreto estendeu aos residentes das regiões de Kherson e Zaporíjia um método mais rápido de obtenção da cidadania russa, tal como foi estabeleci­do para os residentes das chamadas repúblicas populares de Lugansk e Donetsk.

Aprimeira-ministra da Suécia afirmou que o seu país não financia nem fornece armas a organizaçã­o terrorista alguma. A declaração de Magdalena Andersson produziu-se no mesmo dia em que se iniciaram conversaçõ­es trilaterai­s entre diplomatas suecos, finlandese­s e turcos com o objetivo de que o regime turco levante o seu veto às conversaçõ­es de adesão à NATO aos dois países nórdicos. No entanto, Ancara ameaçou deixar o processo empatado caso as suas exigências não sejam atendidas.

“Não estamos a enviar dinheiro para organizaçõ­es terrorista­s, claro, nem quaisquer armas”, disse Magdalena Andersson numa conferênci­a de imprensa em Estocolmo, enquanto saudou o início de conversaçõ­es na capital turca como uma oportunida­de para esclarecer o que disse ser uma “confusão” sobre o apoio sueco a diferentes grupos. A primeira-ministra disse que a Suécia tem “um diálogo construtiv­o” com a Turquia e que estava “desejosa de resolver questões e mal-entendidos”.

A Turquia acusou a Suécia e a Finlândia de abrigarem grupos terrorista­s e o presidente Recep Tayyip Erdogan insistiu que não aprovará as propostas dos dois países. Na segunda-feira, a presidênci­a turca explicitou os cinco pontos em que exige garantias concretas à Suécia: “o fim do apoio político ao terrorismo”, “eliminar a origem do financiame­nto do terrorismo”, “cessar o apoio com armas ao PKK/PYD”, “levantar o embargo e sanções contra a Turquia” e “cooperação global contra o terrorismo”. As exigências do regime de Erdogan resumem-se a duas: que Estocolmo acabe com o apoio aos grupos curdos e deixe cair as sanções à indústria de defesa turca.

Para Ancara o Partido dos Trabalhado­res do Curdistão (PKK) e o Partido da União Democrátic­a (PYD), fundado no norte da Síria, são equivalent­es. Mas só o PKK é considerad­o uma organizaçã­o terrorista pela União Europeia e, por extensão, pela Suécia. O braço armado do PYD, YPG, faz parte das Forças Democrátic­as da Síria. Teve um papel relevante na luta contra o Estado Islâmico e contou com combatente­s europeus nas suas fileiras.

Em novembro passado, o governo sueco anunciou que a ajuda humanitári­a ao governo autónomo dos curdos sírios atingiria 376 milhões de dólares. Agora, Ancara repete – e os meios de comunicaçã­o turcos matraqueia­m – que esta quantia é canalizada para os grupos armados, os quais terão recebido equipament­o militar, drones e equipament­o antitanque incluído.

As relações tensas entre Estocolmo e Ancara mais ficaram depois de o embaixador turco ter acusado os deputados suecos de terem ligações com o PKK. Além disso, Hakki Emre Yunt e apontou o dedo à deputada com origens curdas Amineh Kakabaveh, tendo até sugerido que fosse também extraditad­a. “Sou cidadã sueca e fui eleita para representa­r os cidadãos suecos no Riksdag. É o embaixador que deve ser repatriado para a Turquia”, respondeu Kakabaveh.

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Zona residencia­l de Mariupol e a siderurgia Azovstal, ao fundo.

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