Marcelo espera PSD “forte” e vê “continuidade” no diálogo do OE
O Chefe de Estado defendeu que quanto mais forte for a oposição mais exigência haverá com o governo, com o qual admite que os outros partidos conseguiram dialogar.
No dia da eleição do novo líder social-democrata (ver págs. 4 e 5), o Presidente da República falou da importância do partido que liderou entre 1996 e 1999. Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que “quanto mais forte for a oposição, maior a exigência ao governo”, considerando que o PSD é um “partido muito importante” e “irá escolher bem” o seu novo líder.
O Presidente, que falava à margem de uma visita ao Banco Alimentar contra a Fome, em Lisboa, foi interpelado pelos jornalistas sobre as diretas que opunham Luís Montenegro e Jorge Moreira da Silva. E formulou apenas um desejo: “O desejo é aquilo que tenho dito várias vezes. Quanto mais fortes forem os partidos, na área do governo, como na oposição, melhor para a democracia. Quanto mais forte for a oposição, maior a exigência ao governo.”
No mesmo espaço, Marcelo comentou a aprovação do Orçamento do Estado para este ano e considerou que há “alguma continuidade” no diálogo com o governo socialista e os outros partidos, apesar da maioria absoluta. Sublinhou, nesse sentido, que a crise política que conduziu à dissolução do Parlamento e a eleições antecipadas foi “ultrapassada”.
Questionado sobre se o número de propostas de alteração dos partidos da oposição aprovadas significa que o governo de António Costa é ou não dialogante, o Presidente da República referiu que “houve 140 propostas que foram aceites, uma parte pelo partido do governo, mas muitas outras de outros partidos”. “O que significa que há alguma continuidade, apesar da maioria absoluta, entre a fase em que havia uma negociação sobre tudo e a fase em que há uma negociação parcial”, considerou.
Na sexta-feira, o OE2022 foi aprovado em votação final global no Parlamento, com os votos a favor do PS e as abstenções dos deputados do PSD da Madeira e dos deputados únicos do PAN e Livre. À saída do Parlamento, o primeiro-ministro afirmou que, com esta aprovação, o país virou a página da crise política e defendeu que esse era um passo que os portugueses aguardavam.
Também ontem , Marcelo Rebelo de Sousa condecorou o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade. Augusto Santos Silva foi eleito presidente da Assembleia da República em 29 de março deste ano, chegando à segunda função na hierarquia do Estado depois de ter sido ministro em seis governos chefiados por três diferentes primeiros-ministros.