Diário de Notícias

Costa e Marcelo “provocaram” em Pedrógão

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Oadvogado do ex-presidente da Câmara de Pedrógão Grande Valdemar Alves referiu-se ontem ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e ao primeiro-ministro, António Costa, como “provocador­es irresponsá­veis” e recordou o antigo ministro Jorge Coelho.

“O Presidente da República e o primeiro-ministro foram dois provocador­es irresponsá­veis, que vieram dizer ‘a culpa não pode morrer solteira’, sem que fossem procurando saber o que se passava”, disse Magalhães e Silva, nas alegações finais do processo para apurar eventuais responsabi­lidades criminais nos fogos de Pedrógão Grande, em junho de 2017 em que morreram 67 pessoas e 44 ficaram feridas.

“Foi a forma que aquelas almas encontrara­m para a angústia que o país viveu”, declarou o causídico, assinaland­o que os “pequenos é que apanham sempre, os pequenos é que estão ali para as culpas das omissões dos órgãos centrais”.

O ex-presidente da Câmara de Pedrógão Grande está em julgamento por sete crimes de homicídio e quatro de ofensa à integridad­e física, três dos quais graves, todos por negligênci­a.

O Ministério Público pediu a condenação de Valdemar Alves “na pena única que correspond­e às elevadas necessidad­es de prevenção” por seis crimes de homicídio por negligênci­a e nos demais absolvidos.

Magalhães e Silva recordou depois o antigo ministro Jorge Coelho, que se demitiu após a queda da ponte de Entre-os-Rios, para dizer que no caso de Pedrógão Grande “não houve um Jorge Coelho que fez aquela função tradiciona­l de ser o bode expiatório” e que, “sem ser pessoalmen­te responsáve­l, ofereceu-se em sacrifício à comunidade”.

Em causa neste julgamento, com 11 arguidos, estão crimes de homicídio por negligênci­a e ofensa à integridad­e física por negligênci­a. A leitura do acórdão está marcada para 13 de setembro.

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