Diário de Notícias

Portugal e Espanha mantêm tendência para o empate, culpa de um golo que demorou 8 anos

Seleção nacional garantiu um ponto na deslocação a Sevilha, graças a um golo de Ricardo Horta. Avançado regressou aos convocados oito anos depois e marcou. Próximo jogo é com a Suíça, no domingo, em Alvalade.

- TEXTO ISAURA ALMEIDA isaura.almeida@dn.pt

Manteve-se a tendência dos últimos cinco duelos ibéricos. Ninguém ganhou ou perdeu... Portugal e Espanha empataram (1-1), ontem, em Sevilha, no primeiro jogo do apuramento do grupo A da Liga das Nações. E se é verdade que a seleção portuguesa só venceu uma vez em território vizinho, em 17 encontros, também é verdade que não perde um jogo em Espanha há cerca de 64 anos. Ontem, Portugal esteve a perder quase até ao fim do jogo e só chegou ao empate com um golo de Ricardo Horta, que voltou à seleção após oito anos de ausência.

Vá-se lá perceber porquê, os adeptos espanhóis assobiaram A Portuguesa antes do apito inicial. Com Cristiano Ronaldo no banco, num jogo oficial, pela primeira vez em cinco anos, Fernando Santos apostou num 4x3x3 com Diogo Costa, Raphael Guerreiro, Danilo Pereira, Pepe, João Cancelo, João Moutinho, Otávio, Bruno Fernandes,

Bernardo Silva, Rafael Leão e André Silva. Luís Enrique apostou em Unai Simón, César Azpilicuet­a, Pau Torres, Marcos Llorente, Jordi Alba, Sergi Busquets, Carlos Soler, Pablo Gavi, Pablo Sarabia, Ferrán Torres e Álvaro Morata.

Como era de esperar, a Espanha foi dona da bola desde o início de jogo, com Portugal a revelar dificuldad­es na ligação de setores e alguma incapacida­de própria para aproveitar passes errados na defesa espanhola. E só para contrariar a conversa sobre a famosa e temível posse de bola, a Espanha chegou primeiro ao golo... num contra-ataque. Pablo Gavi conduziu e lançou Pablo Sarabia, que assistiu para o golo fácil de Álvaro Morata. Havia dúvidas sobre a validade do lance, mas nem sequer foi ao VAR. Para o registo ficou a péssima reação à perda da equipa portuguesa.

Portugal não conseguia ter bola – chegou a estar quase cinco minutos sem tocar nela – e assim as opções de passe ficavam mais com

plicadas. Num raro lance em que a bola chegou em condições à linha ofensiva, Rafael Leão criou um momento espetacula­r, mas falhou o alvo (18’). A grande oportunida­de de Portugal pertenceu a André Silva (34’). A bola saiu a rasar o poste e assim o jogo foi para o intervalo com os espanhóis em vantagem.

“Vamos lá, vamos lá”

No regresso dos balneários, o capitão Pepe deu o mote para o segundo tempo galvanizan­do as tropas com um “vamos lá, vamos lá”. Moutinho estava amarelado e sob aviso laranja do árbitro e por isso ficou no balneário. Fernando Santos sabia que tinha de o fazer descansar e mandou entrar Rúben Neves, talvez para dar mais equilíbrio defensivo à equipa e permitir que os laterais ganhassem asas nas alas.

Aos 58 minutos o empate esbarrou em Unai Simon. Um grande momento do guardião espanhol a responder com classe a um lance (que seria de génio se fosse bem sucedido) de Rafael Leão. Bem servido por André Silva, o melhor jogador do campeonato italiano não conseguiu fazer o 1.º golo ao serviço da seleção. Estava na hora de mudar dois dos protagonis­tas da frente: Otávio e André Silva deram lugar a Ronaldo e Gonçalo Guedes.

Um momento raro ver o capitão como suplente. CR7 cumpriu ontem a 187.ª internacio­nalização, a 13.ª como suplente e, desta vez, sem influência no resultado. Faltava capacidade para transporta­r a bola até à área espanhola e o selecionad­or lançou Matheus Nunes, que ainda se estava a posicionar quando Portugal empatou, numa jogada de entendimen­to pelo corredor direito, entre Gonçalo Guedes e Cancelo, que fez um cruzamento milimétric­o para a finalizaçã­o fácil de Ricardo Horta (82’). Um golo que demorou oito anos a acontecer e que coroa uma época fabulosa do avançado do Sp. Braga. E assim, a seleção salvou um ponto em Sevilha no primeiro jogo do apuramento. Faltam ainda três até irem de férias (ver calendário)...

Depois da partida de ontem com a Espanha, a seleção nacional joga com a Suíça (domingo) e a República Checa (dia 9), ambos em Alvalade, e fecha o quádruplo compromiss­o da Liga das Nações com novo jogo frente aos suíços, em Genebra (dia 12).

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Rafael Leão fez o primeiro jogo como titular (tem seis internacio­nalizações) frente a Espanha e teve duas oportunida­des para marcar.

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