Junho, o mês verde e azul
Amanhã assinala-se o Dia Mundial do Meio Ambiente, estabelecido a 5 de junho e criado pela Assembleia-Geral das Nações Unidas há 50 anos, em 1972. É importante continuar a lembrar a data, já que a pandemia de covid-19 e a guerra provocada pela Rússia põem em risco o nível de atenção dada pelos líderes aos temas relacionados com o clima. Mas as alterações climáticas desconhecem se o vírus assolou o mundo ou se Putin destruiu a Ucrânia e não dão tréguas. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, alertou, esta semana, que há reformas que não são adiáveis, referindo-se ao ambiente, à sustentabilidade e ao mar, na conferência de aniversário do JN, em Leixões. É tempo de agir. Os gabinetes ministeriais têm as gavetas cheias de diagnósticos, mas falta fazer acontecer. Citando a jovem ativista Greta Thunberg no penúltimo World Economic Forum, em Davos, em 2021, “chega de blá, blá, blá”.
Há uns anos, falar e escrever sobre sustentabilidade era considerado, tantas vezes, aborrecido, desinteressante, não gerador de audiências. Há uns anos, as grandes empresas cotadas começavam a apresentar os seus relatórios de sustentabilidade e boa cidadania, quase sempre imprimindo esses documentos em quilos e quilos de papel e muitas vezes usando os mesmos relatórios como maquilhagem e operação de marketing ou greenwashing. Hoje já não dá para disfarçar nem para maquilhar o problema que temos todos em mãos. Continuamos sem planeta B, é preciso cuidar do que temos e onde vivemos com os nossos filhos.
Amanhã, Dia Mundial do Meio Ambiente, não se prive de falar aos seus descendentes deste assunto, de os ajudar através de literacia ambiental, de pegar nas suas pequenas mãos e levá-los pelos caminhos das florestas, dos rios ou do mar. Há um sem-fim de atividades que pode fazer com os miúdos, desde limpeza de areais a plantar árvores. Erguer um mundo mais verde não pode ser só o “blá, blá, blá” que vem nos livros de Estudo do Meio do primeiro ciclo de ensino. Tem de sair das páginas dos manuais para o dia a dia de cada um de nós, e nada como começar cedo nestas andanças do mundo verde e azul.
Os oceanos não podem ser esquecidos nas políticas públicas e nas atitudes e comportamentos individuais. Junho é, também por isso, um mês pintado de azul, em que não só se assinala o Dia Mundial dos Oceanos, na próxima quarta-feira, como Lisboa acolhe, de 27 de junho a 1 de julho, a Conferência dos Oceanos das Nações Unidas. Tempo de reunir chefes de Estado e outros decisores para que, de uma vez por todas, acordem para a urgência de proteger o mar e dele aproveitar o que de melhor pode dar ao planeta, sempre de forma sustentável.