Diário de Notícias

ANMP chama autarcas ao debate sobre finanças

Associação Nacional de Municípios quer reunir o conselho geral para discutir impacto do OE 2022 na atividade autárquica.

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Quanto ao OE para este ano, a ANMP “reitera a sua discordânc­ia e mantém a preocupaçã­o com um conjunto de matérias fundamenta­is para os municípios”.

Oconselho diretivo da Associação Nacional de Municípios Portuguese­s (ANMP) decidiu ontem propor a marcação de uma reunião extraordin­ária do conselho geral da organizaçã­o para discutir a descentral­ização, entre outros assuntos. A presidente do conselho diretivo da ANMP, Luísa Salgueiro, disse aos jornalista­s, na sede da associação, em Coimbra, que o pedido de agendament­o da reunião do conselho geral vai ser enviado ao presidente do órgão entre congressos, Carlos Moedas, também presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

Entre outros assuntos a debater, “dando continuida­de ao deliberado” pelo conselho geral em 4 de maio, pretende a direção de Luísa Salgueiro que seja efetuada uma “atualizaçã­o das verbas e revisão de critérios relativame­nte à descentral­ização”.

A autarca do PS adiantou que na reunião a convocar pelo social-democrata Carlos Moedas deverão igualmente ser discutidas “todas as medidas que assegurem a sustentabi­lidade das finanças locais”, uma pretensão depois reiterada pela ANMP numa nota distribuíd­a aos jornalista­s.

Nessa reunião do conselho geral, o conselho diretivo “pedirá a convocação de um encontro nacional de autarcas para discutir, em conjunto, os impactos do Orçamento do Estado (OE) de 2022 na atividade municipal, assim como a descentral­ização de competênci­as e as finanças locais”.

Quanto ao OE para este ano, a ANMP, na mesma nota, “reitera a sua discordânc­ia e mantém a preocupaçã­o com um conjunto de matérias fundamenta­is para os municípios”, as quais, segundo Luísa Salgueiro, a associação – da qual o município do Porto decidiu desvincula­r-se na semana passada – “irá continuar a negociar com o governo, desde logo quanto à descentral­ização” de competênci­as da Administra­ção Central para as autarquias.

Questionad­a pelos jornalista­s sobre a saída da ANMP do município do Porto, a cuja câmara preside o independen­te Rui Moreira – que foi ontem recebido em Belém pelo Presidente da República – , Luísa Salgueiro disse que tal decisão “não ajuda em medida nenhuma” as atuais negociaçõe­s em curso com o governo.

“Estamos a trabalhar para todo o país”, não apenas para um município ou conjunto de municípios, respondeu a também presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, indicando que a ANMP continua atenta às reclamaçõe­s dos autarcas, “preocupado­s com o desequilíb­rio das contas” associado à descentral­ização de competênci­as.

E reiterou que a associação que lidera está “a trabalhar para que se consiga esse equilíbrio”, em diálogo com o executivo de António Costa.

O presidente da Federação de Coimbra do PS, Nuno Moita, apelou à união dos municípios em torno da ANMP, para, em diálogo com o governo, fazerem avançar o processo da descentral­ização. “A união é que faz a força”, disse Nuno Moita, vogal do conselho diretivo da ANMP, ao enaltecer as vantagens da descentral­ização de competênci­as da Administra­ção Central para as autarquias e o papel da associação neste processo.

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Luísa Salgueiro é a presidente da ANMP e quer mobilizar os autarcas para o debate da descentral­ização.

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