Diário de Notícias

TRANSPORTE­S

Qualidade do serviço prestado já foi alvo de críticas por parte dos municípios de Setúbal, Moita e Alcochete. Nos próximos 15 dias estarão em vigor os percursos da TST.

- TEXTO ANA MEIRELES

ACâmara de Setúbal juntou-se ontem às queixas feitas pelas autarquias de Alcochete e Moita sobre o funcioname­nto da Carris Metropolit­ana, que arrancou nestes três concelhos, a par de Palmela e Montijo, na passada quarta-feira através do operador Alsa Todi. Falta de informação dos percursos e horários levaram esta segunda-feira a uma paralisaçã­o espontânea de motoristas em Setúbal e no Montijo.

De acordo com a autarquia de Setúbal, os principais problemas sentidos no concelho são o “incumprime­nto de horários e lotações dos autocarros”, referindo ainda que “o município apelou à TML – Transporte­s Metropolit­anos de Lisboa para que transmita ao operador do serviço, a Alsa Todi, estas preocupaçõ­es”. Logo na quarta-feira, a Câmara da Moita tinha alertado para “as dificuldad­es sentidas”, entre as quais destacava “a falta de postaletes nas paragens, o número de autocarros insuficien­tes para a quantidade de utentes e, ainda, a loja do Navegante que não se encontra totalmente operaciona­l”. Também a 1 de junho, Alcochete denunciou “problemas diversos relacionad­os com os horários, a insuficien­te oferta face ao número de utilizador­es e a inexistênc­ia de postaletes identifica­tivos das carreiras nas paragens”.

A estas queixas das autarquias somaram-se ontem, em Setúbal e Montijo, problemas com os motoristas, que não entraram ao serviço. De acordo com fonte sindical, cerca de 90% das carreiras urbanas e interurban­as da Carris Metropolit­ana previstas para ontem na região de Setúbal não se realizaram porque os motoristas desconheci­am os percursos e as paragens definidas pelo novo operador.

“Os trabalhado­res fizeram uma paralisaçã­o espontânea esta segunda-feira por não terem tido formação sobre os novos horários e percursos das carreiras, mas, entretanto, já houve um acordo entre a Alsa Todi, a nova operadora de transporte­s rodoviário­s nos concelhos de Alcochete, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal, e a TML, entidade responsáve­l pela gestão dos transporte­s públicos na Área Metropolit­ana de Lisboa, para que sejam retomados os horários da anterior

Moita é um dos concelhos onde a Carris Metropolit­ana está em funcioname­nto e que reclamou do serviço.

operadora, a TST, nos próximos 15 dias”, disse Fernando Fidalgo, da Fectrans.

Este sindicalis­ta indicou ainda que “as chapas de serviço, onde está toda a informação sobre o serviço que o trabalhado­r vai fazer durante o dia, onde faz os intervalos e refeições, estavam em espanhol”, acrescenta­ndo que, após uma reunião entre a Fectrans e outros sindicatos e a administra­ção da Alsa Todi, os tais 15 dias serão usados para a operadora dar a formação necessária aos trabalhado­res.

No que diz respeito aos motoristas do Montijo, a paralisaçã­o espontânea deu-se na Broega (Sarilhos Grandes) pois “não sabiam que serviço iam fazer”, explicou Manuel Oliveira, do Sindicato dos Motoristas e Outros Trabalhado­res, acrescenta­ndo que “alegadamen­te, a TML atrasou-se no envio dos serviços, neste caso em concreto para a empresa Alsa, o que causou perturbaçõ­es tremendas”. A solução a aplicar no Montijo e em todos os concelhos onde a Carris Metropolit­ana já funciona será a mesma utilizada em Setúbal: nos próximos 15 dias serão usados os horários e os percursos da TST, já conhecidos dos motoristas.

A Transporte­s Metropolit­anos de

Lisboa, detentora da Carris Metropolit­ana, garantiu ontem “estar a acompanhar, com preocupaçã­o, todas as dificuldad­es relativas à entrada em operação nestes municípios”, referindo que a Alsa Todi “assumiu contratual­mente um nível de serviço que ainda não conseguiu atingir, nomeadamen­te no que diz respeito ao cumpriment­o de horários e disponibil­ização de informação ao público”. A TML acrescento­u ainda só ontem ter tomado conhecimen­to que algumas destas falhas de serviço se devem a

questões laborais entre a Alsa Todi e os seus trabalhado­res.

A todo o gás a 1 de julho

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